Vai longe o tempo em que o mercado de automóveis no Brasil contava com segmentos bem definidos e que atendia as mais variadas preferências dos consumidores. Quem desejava espaço, podia optar por uma das muitas peruas em ofertas, praticamente todos os fabricantes dispunham destes modelos. E caso a necessidade exigisse ainda maior versatilidade, as minivans ou monovolumes estavam a postos para atender. Isso ficou para trás, hoje, os SUVS dominam a cena e para os que buscam versões maiores que trazem a reboque mais tecnologia, o preço a pagar será mais salgado.

Opções

Mas nem tudo está perdido, depois de nadar sozinha de braçada por um longo período, a Chevrolet Spin, que oferece também uma versão com capacidade para sete ocupantes, ganhou um competidor, o C3 Aircross, que chegou primeiro com cinco lugares e logo depois ganhou outros dois assentos, assim como a concorrente mantendo, da opção convencional, o mesmo conjunto mecânico. O SUV tem em sua versatilidade e principalmente na dirigibilidade suas maiores atribuições Nossa reportagem avaliou o modelo topo de gama, o Shine Turbo 200, que tem preço sugerido a partir de R$ 142,890 para o modelo de cor sólida.

Sete marchas

O SUV conta com o confiável conjunto formado pelo motor turbo de 130 cv de potência e 20 kgfm de torque, aliado a um câmbio automático CVT de sete marchas com gerenciamento inteligente e opção de trocas sequenciais. Vale ressaltar que este é o mesmo motor que também empurra outros produtos da Stellantis. A primeira sensação ao entrar no Aircross é que a preocupação com espaço e conforto para os ocupantes não foram esquecidos.  Os ocupante da terceira fileira dos bancos não consegue ajustar o assento longitudinalmente, como na versão de cinco assentos, mas a a ventilação forçada no teto.

Isolamento acústico

O acabamento é simples, mas não deixa nada a desejar, ainda que pese o valor cobrado para um carro que não oferece ar-condicionado digital nem saídas para o banco traseiro, em compensação os ageiros que viajam atrás podem contar com saídas USB. O plástico duro reina absoluto, mas são bons os arremates e a densidade do tecido dos bancos. O isolamento acústico está no padrão para um veículo de sua categoria.  

Destaque para Custo-benefício 

É preciso entender que a Citroën de outrora, que exibia design diferenciado cheio de detalhes que saltavam aos olhos por onde seus carros avam, deixou esse arrojo e hoje está mais comedida, não quer dizer que não se destaque por suas linhas, que seguem chamando a atenção dos transeuntes. Mas está no preço o grande atrativo, sobretudo pelo que entrega o Aircross tanto nas opções de cinco como na de sete, como a que testamos. O modelo vem de série com controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, luzes de rodagem diurna (DRL) com leds, direção elétrica, ar-condicionado com o exclusivo sistema de ventilação suplementar no teto e sistema multimídia Citroën Connect Touchscreen com tela de 10,25 polegadas com Android Auto e Apple Carplay sem fio e seis alto-falantes, sensor e câmera de ré, entre outros.

Impressões ao volante do SUV

Já conhecido, o trem de força desempenha bem seu papel, mas por suas dimensões e peso seu desempenho é apenas satisfatório. Alias, é essa a resposta esperada por um SUV com a proposta para família como o modelo testado. O fabricante divulga que o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos com gasolina e 9,8 s com etanol. Já a velocidade máxima é de 191 km/h. O consumo segundo o Inmetro é de 10,6 km/l (gasolina) e 7,4 km/l (etanol) na cidade e de 12 km/l (gasolina) e 8,6 km/l (etanol) na estrada. A direção é prazerosa, o acerto da suspensão é ajustado e a posição de dirigir é elevada, com ajuste de altura no banco do motorista.

Opção 

Para quem está à procura de um SUV com um conjunto mecânico confiável e testado, um bom espaço interno para os ocupantes, porta-malas capaz de comportar até 493 litros de bagagens, boa altura do solo, um design que agrada, a opção da Citroën pode ir de encontro a esta busca. Importante saber que estará levando para a sua garagem um carro versátil e prático, mas que não se destaca por itens de conveniência hoje democratizados em automóveis de maior valor agregado, como botão de partida, chave presencial e outras bossas.