Paulo Coco, eleito melhor técnico da temporada nos Estados Unidos, convocaria Natália para seleção
'Na minha modesta opinião, com certeza'
O vôlei com conhecimento e independência jornalística
Paulo Coco está de volta ao Brasil.
Temporariamente.
O treinador, braço direito de José Roberto Guimarães, está em Saquarema onde a seleção treina para a VNL que começa em junho.
O blog conversou com Paulo Coco.
Na primeira experiência na LOVB, Liga Profissional dos Estados Unidos, ele levou Atlanta até as semifinais da competição e foi eleito o melhor técnico da temporada.
'Fiquei muito lisonjeado, principalmente porque a LOVB tem em seu quadro grandes técnicos, reconhecidos mundialmente e com brilhantes trabalhos desenvolvidos em diversas ligas', diz Paulo Coco.
Na entrevista, o treinador fala da experiência na LOVB, evolução, prós e contras e como o convívio com jogadoras do mundo inteiro pode ajudar a seleção.
Paulo Coco, ainda que distante, acompanhou a Superliga, diz que Natália fez a diferença e que teria convocado a jogadora para a seleção:
'Com certeza'.
O técnico tem mais um ano de contrato em Atlanta e não descarta voltar ao Praia Clube no futuro.
O que pode falar da sua primeira experiência na LOVB?
A oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o voleibol norte-americano foi muito interessante. A necessidade de adaptação a diferentes situações me fizeram evoluir bastante como pessoa e técnico. A possibilidade de aprender em um novo sistema, com novas atletas, participando de uma nova liga e uma diferente cultura. Além de poder contribuir, mesmo que minimamente, para a introdução de uma nova liga profissional nos USA tornaram essa experiência muito boa.
Quais foram os prós e contras da competição no primeiro ano de disputa?
Participar do primeiro ano de uma nova liga não é fácil, mas a estrutura oferecida, a qualidade das atletas, a ideia de desenvolvimento da liga (LOVB) a partir dos clubes de formação e o equilíbrio das equipes fizeram a primeira temporada ser especial. Claro que em alguns aspectos será importante a liga fazer alguns ajustes para a segunda temporada, como por exemplo, o formato de disputa da competição, algumas regras de jogo e a aquisição de um maior número de profissionais com uma maior experiência internacional.
Como enxerga a LOVB se comparada aos principais campeonatos do mundo?
Acredito que o nível da primeira temporada foi muito bom. Creio que com exceção das principais equipes das ligas turca e italiana, todas as equipes da LOVB possam competir em condições de igualdade com todas as demais equipes do mundo. A participação da maioria das atletas americanas que estavam em Paris ajudou muito na qualidade do campeonato, assim como o grande número de estrangeiros que contribuíram para a introdução da LOVB para o público foi fundamental para o sucesso da primeira temporada.
Atlanta poderia ter ido além e por que parou na semifinal?
Sabíamos que nas finais tudo poderia acontecer pois tudo seria decidido em apenas uma única partida. A derrota no 5º Set na semifinal por 14x16 com uma diferença de apenas dois pontos deixou claro que os detalhes do momento foram determinantes. De qualquer forma tivemos uma excelente temporada, tivemos a campanha mais regular e as atletas puderam demonstrar uma evolução grande. O equilíbrio da LOVB ficou evidente em um estudo onde se detectou que em 37% dos jogos tiveram 5 sets. Então, como se dizia internamente, estamos em uma liga onde tudo pode acontecer e qualquer um pode ganhar.
Como recebeu o título de técnico do ano da LOVB?
Foi um reconhecimento muito bacana. Fiquei muito lisonjeado, principalmente porque a LOVB tem em seu quadro grandes técnicos, reconhecidos mundialmente e com brilhantes trabalhos desenvolvidos em diversas ligas. Claro que trocaria qualquer reconhecimento individual pelo título da liga.
O que pode trazer para o Brasil e seleção com essa experiência e convívio com jogadores do mundo todo?
Creio que ter o convívio com seis diferentes nacionalidades de atletas e poder conhece-las mais profundamente seja o maior legado da primeira temporada. Muitas dessas atletas representarão seus países nas competições internacionais, por isso ter um maior conhecimento nos ajudará bastante.
Como viu de longe o Praia Clube e o título de Osasco na Superliga?
Foi uma superliga bastante equilibrada, onde as equipes oscilaram um pouco. Não vi a superioridade das equipes mineiras como em outros anos e acho que a vinda da Natália trouxe mais estabilidade para Osasco principalmente nos momentos importantes da temporada.
Natália ainda caberia na seleção?
Na minha modesta opinião, com certeza.
O Paulo Coco tem portas abertas no Praia. Você volta um dia?
Graças a Deus tenho deixado as portas abertas em todos os lugares por onde ei. Fui muito feliz no Praia e poderia voltar com certeza, mas o futuro a Deus pertence. Tenho o hábito de pensar no presente, me dedicar ao máximo fazendo sempre o meu melhor e tentando evoluir a cada momento.