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1º de maio é Dia do Trabalho ou do Trabalhador? Saiba história do feriado
No Brasil, feriado recebe um nome diferente de todo o mundo; entenda
Nesta quinta-feira, 01 de maio, é feriado em todo o Brasil, entretanto, a data que representa a luta do proletariado não surgiu no país, apesar de ser adotada em território nacional e também fazer parte da história do Governo Vargas. Uma das dúvidas que surgem em relação à data é sobre o nome do feriado. Afinal, 1º de maio é Dia do Trabalhador ou Dia do Trabalho? A resposta depende do ponto de vista.
Entenda
A data surgiu mundialmente em 1886, nos Estados Unidos, quando trabalhadores de Chicago reivindicavam por uma jornada de 8 horas por dia. Na ocasião, milhares de pessoas saíram às ruas e a mobilização terminou em confronto com a polícia. A repressão não foi suficiente para apagar da história esse episódio, que ficou marcado como o Massacre de Haymarket e deu origem ao Dia do Trabalhador, que oficializou a data como um dia de lutas da classe trabalhadora. Com este nome, a data começou a ser celebrada em várias partes do mundo como na Argentina, França, Alemanha e Itália.
A variável ‘Dia do Trabalho’ surge no Brasil, na época do Governo Vargas. Foi o presidente que aderiu ao novo nome como uma maneira de marcar sua gestão, que também representou revoluções para a classe trabalhadora brasileira. Antes disso, a data foi oficializada no país no século 19, no governo de Artur Bernardes e com o nome original.
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Em 1943, na Era Vargas, o feriado foi usado para marcar a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Vargas mudou o protagonismo da data no Brasil, que antes celebrava a união e a luta da classe trabalhadora, e ou a homenagear a força de trabalho, categoria principal do mundo capitalista.
"Com Vargas, a data se transforma em espetáculo. Nesse sentido, talvez seja curioso ressaltar o fato de, a cada Primeiro de Maio, Vargas anunciar o valor do novo salário mínimo, concedido pelo líder, e não negociado com as instâncias sindicais. Esse caráter de dádiva expressa o espírito de ordenamento da data”, explica o historiador Marcelo Cheche Galves, professor da Universidade Estadual do Maranhão, em entrevista à BBC News Brasil.
A imagem de Vargas também foi colocada como alguém que concedia os diretos dos trabalhadores, como se não fosse um resultado de anos de luta dos assalariados.
"Ele resolveu, de certa maneira, acabar com essa cara de reivindicação que havia no Dia do Trabalho. Para tanto, reforçou a data de forma a transformá-la em algo chapa-branca. Virou um dia de festa, de desfile, uma coisa cívica e não mais uma luta pelos direitos trabalhistas. Na cabeça de Vargas, não fazia sentido lutar por direitos trabalhistas, afinal, 'ele já tinha dado um monte de coisas' para o trabalhador. Há uma mudança de semântica: de trabalhador para o trabalho. 'É hora de homenagear o trabalho, já que todo mundo tem trabalho', pensava-se”, também disse à BBC News Brasil Paulo Rezzutti, pesquisador do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.