Um policial militar reformado e um ex-bombeiro milicianos presos na manhã desta terça-feira, 24, acusados da morte de duas pessoas em fevereiro do ano ado na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, serão ouvidos também pelas autoridades da Delegacia de Homicídios sobre a morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março, no Estácio, no Centro. “Foi apontado que os dois, de alguma maneira, teriam participado do caso Marielle”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Willians Batista.
O policial militar reformado Alan de Morais Nogueira, conhecido como Cachorro Louco, e o ex-bombeiro Luiz Cláudio Ferreira Barbosa expulso da corporação em 2006, foram presos na manhã desta terça-feira, 24, acusados do assassinato de duas pessoas em Guapimirim, na Baixada Fluminense, em 25 de fevereiro do ano ado, a mando do líder miliciano e ex-PM Orlando Oliveira de Araujo, o Orlando Curicica. O crime seria um acerto de contas entre milicianos.
De acordo com o delegado, a mesma testemunha que forneceu às autoridades os detalhes sobre o crime de Guapimirim é quem tem ajudado os policiais na investigação da morte da vereadora do PSOL. “Os dois serão ouvidos sobre o caso Marielle”, garantiu o delegado. “Mas não posso dizer se estavam no carro (dos assassinos) porque não tive o ao depoimento da testemunha no caso Marielle"
De acordo com as investigações da DH, os policiais José Ricardo da Silva e Rodrigo Severo Gonçalves foram mortos em uma emboscada em um sítio em Guapimirim, que pertenceria a Curicica. Os corpos, no entanto, foram encontrados carbonizados em Brás de Pina, na zona norte.
Imagens da concessionária Rio-Teresópolis obtidas pela polícia mostram um Honda Civic, que seria de Alan, escoltando o carro em que estavam os dois corpos. Horas depois, o carro é visto retornando para Guapimirim. Com os presos desta manhã, a polícia apreendeu também o carro usado na escolta e vinte celulares, que seriam usados para desviar o monitoramento da polícia.
O advogado Leonardo Lopes, que defende o PM reformado Alan Nogueira, esteve na DH nesta manhã e negou a participação de seu cliente com o caso Marielle: “Ele desconhece totalmente. Meu cliente não sabe nem o que está acontecendo”, disse. Ele também negou a relação de seu cliente com Orlando Curicica, que está preso num presídio de segurança máxima no Nordeste. “Estamos tentando o ao inquérito”, disse.