Brasil: o país onde até o corante proibido vira ingrediente do lanchinho
Enquanto em 2021 a União Europeia baniu, o Brasil segue justificando o uso do dióxido de titânio, que pode ser encontrado até em remédios
Sabe aquele pó que vira suco, a balinha que brilha ou o recheio branco da bolacha? Tudo isso pode conter dióxido de titânio, um aditivo proibido na União Europeia desde 2021 por estar ligado a riscos como inflamação intestinal, alterações no sistema imunológico e até câncer. No Brasil? Liberado. A Anvisa e a OMS alegam que o tipo usado aqui é diferente das nanopartículas estudadas lá fora. Mas como confiar nessa diferença invisível?
O médico boliviano Diego Torrico, cirurgião e pós-graduado em nutrologia, lembra que os testes com corantes e aditivos são feitos com doses altíssimas e em ratos. No nosso dia a dia, o consumo não é tão preocupante, nas palavras dele, desde que se mantenha a famosa regrinha 80/20: 80% de comida de verdade e 20% de industrializados (mas se puder evitar...). Ou seja: equilíbrio!
A grande questão é que, com as crianças, o desafio é dobrado. Eles adoram as cores, o brilho e o sabor artificial. Na correria, às vezes o adulto entrega tudo isso, fácil, fácil. Como então diminuir a frequência de consumo desses produtos?
A dica é ir aos poucos trocando o lanche de pacote por frutas, iogurtes e sucos naturais, pães caseiros. Ensinar o paladar dos pequenos a gostar do que é simples é um baita presente pro futuro deles. Aliás, isso se aprende é mesmo em casa - e, com sorte, na escola.