INTERESS@

Brasil: o país onde até o corante proibido vira ingrediente do lanchinho

Enquanto em 2021 a União Europeia baniu, o Brasil segue justificando o uso do dióxido de titânio, que pode ser encontrado até em remédios

Corante proibido na Europa segue liberado no Brasil - e, muito provavelmente, você esteja dando isso pro seu filho sem saber. Será que existe quantidade segura para consumo? Saiba no Interessa!

Por Renata Zacaroni
Publicado em 19 de maio de 2025 | 17:06

Sabe aquele pó que vira suco, a balinha que brilha ou o recheio branco da bolacha? Tudo isso pode conter dióxido de titânio, um aditivo proibido na União Europeia desde 2021 por estar ligado a riscos como inflamação intestinal, alterações no sistema imunológico e até câncer. No Brasil? Liberado. A Anvisa e a OMS alegam que o tipo usado aqui é diferente das nanopartículas estudadas lá fora. Mas como confiar nessa diferença invisível?

O médico boliviano Diego Torrico, cirurgião e pós-graduado em nutrologia, lembra que os testes com corantes e aditivos são feitos com doses altíssimas e em ratos. No nosso dia a dia, o consumo não é tão preocupante, nas palavras dele, desde que se mantenha a famosa regrinha 80/20: 80% de comida de verdade e 20% de industrializados (mas se puder evitar...). Ou seja: equilíbrio!

A grande questão é que, com as crianças, o desafio é dobrado. Eles adoram as cores, o brilho e o sabor artificial. Na correria, às vezes o adulto entrega tudo isso, fácil, fácil. Como então diminuir a frequência de consumo desses produtos?

A dica é ir aos poucos trocando o lanche de pacote por frutas, iogurtes e sucos naturais, pães caseiros. Ensinar o paladar dos pequenos a gostar do que é simples é um baita presente pro futuro deles. Aliás, isso se aprende é mesmo em casa - e, com sorte, na escola.