Onze anos após o anúncio do início das obras para a duplicação da BR-381, o asfalto degradado, a quantidade de buracos e o trânsito intenso continuam sendo uma realidade para quem a pelo trecho da rodovia entre as cidades de Governador Valadares, na região do Rio Doce, e Belo Horizonte. Condição adversa que exige cada vez mais a calma dos condutores e a resistência dos sistemas de amortecimento dos veículos, principalmente em um período de fluxo intenso, por causa das férias escolares. Precariedade potencializada pelas chuvas, o que resulta em prejuízos aos motoristas e aumenta o movimento em oficinas mecânicas e borracharias.
Uma soma de condições inadequadas que ajuda a justificar o elevado número de acidentes de uma via que se popularizou como a Rodovia da Morte. Ao longo dos 303,4 km entre os municípios, foram 347 acidentes nos seis primeiros meses de 2024, conforme o último levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) — ou seja, um a cada doze horas. "A gente sai de casa com o objetivo de ter um trajeto tranquilo, mas está difícil. Em cada lugar que você a tem uma surpresa, um buraco", desabafa a professora Flávia Lúcia de Almeida, de 51 anos.
Um dos pneus do carro em que ela estava furou após ar por um buraco na altura da cidade de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte. O acidente ocorreu quando a família retornava da semana de férias em Guarapari, no Espírito Santo. "Durante a volta, a gente viu outras três famílias com problemas por causa de buracos", relata.