Próximo ao pico de casos de bronquiolite em crianças, Estado abre 12 leitos semi-intensivos em BH 2a2p54

Transmitido pelo ar, por gotículas de saliva ou pelo contato com superfícies contaminadas, um vírus representa o principal risco à saúde de crianças de 0 a 9 anos com a chegada do outono – especialmente para aquelas com até 2 anos. A infecção atinge os bronquíolos, as menores vias aéreas dos pulmões, e, na maioria dos casos, exige cuidado hospitalar. Trata-se da bronquiolite, a principal causa de internação de bebês e crianças entre março e maio, período sazonal das doenças respiratórias em Minas Gerais, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Às vésperas de um pico da doença, a pasta anunciou, nesta terça-feira (1º de abril), a abertura de 12 leitos semi-intensivos no Hospital Infantil João Paulo II, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

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Dados da Secretaria de Estado de Saúde apontam uma média de 534 internações pediátricas mensais no Hospital Infantil entre março e maio dos últimos dois anos, o que representa um aumento de 39,43% em relação aos demais meses. No pronto atendimento da unidade, foram registrados 4.721 atendimentos mensais no mesmo período — 47% a mais do que a média habitual. O levantamento foi utilizado pela gestão para organizar um plano de contingência e ampliar a capacidade assistencial às crianças durante este outono, período em que as temperaturas mais amenas favorecem a transmissão de doenças respiratórias.

“Essa sazonalidade exige muito dos equipamentos de saúde. Elaboramos um plano para suprir a demanda, que pode aumentar de 50% a 80% em poucos meses. Em alguns dias, a procura por atendimentos chega a dobrar, alcançando até 100% da média. Isso não se deve apenas ao aumento das doenças respiratórias, mas também à falta de leitos pediátricos em algumas cidades ou serviços. Por isso, estamos ampliando a oferta de leitos", afirma o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.

No João Paulo II, os 12 leitos semi-intensivos inaugurados nesta terça-feira eram, anteriormente, de enfermaria. Agora, as crianças que precisarem de internação poderão contar com e ventilatório moderado, adequado para o tratamento dos agravos da bronquiolite. “Crianças de 0 a 2 anos têm maior propensão a doenças respiratórias e são o principal alvo da bronquiolite. O que nos preocupa é que não há medicamento nem vacina disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), e o atendimento demanda e hospitalar, incluindo oxigenação”, explica o secretário Baccheretti.

Segundo o gestor, grande parte da sobrecarga na rede SUS que recai sobre Belo Horizonte vem do interior, devido à falta de pediatras e leitos pediátricos em outras cidades. Por isso, a Secretaria de Estado de Saúde tem investido na ampliação da assistência às crianças de forma descentralizada. “Governador Valadares, até recentemente, não tinha leito pediátrico. Abrimos lá 20 leitos. Isso também foi ampliado em Montes Claros, Patos de Minas e outras cidades. Ao todo, recentemente, abrimos 80 leitos no interior, em locais que não tinham nenhum leito próximo. Estamos mais equipados em relação à época anterior à pandemia da covid-19”, diz.

Além dos leitos semi-intensivos, o Pronto Atendimento (PA) do Hospital Infantil poderá ser reforçado, se necessário, com a utilização de dois consultórios do Ambulatório de Especialidades, ampliando a capacidade física. As equipes multidisciplinares também serão ampliadas, com a possibilidade de aumentar de quatro para seis médicos no PA durante os períodos de pico. 

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O HIJPII é referência para casos graves e de alta complexidade. Levar crianças com sintomas leves, como gripes simples ou resfriados, ou com quadros respiratórios iniciais ao hospital pode expô-las a riscos, como infecções hospitalares e situações de estresse. Em caso de sintomas de gripe ou resfriados, o indicado é procurar primeiro uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou, em casos de urgência, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Bronquiolite: formas de prevenção 1tn2

Nesta época do ano, algumas medidas são importantes para prevenir a disseminação e a contaminação pelo vírus da bronquiolite. Veja:

• Evite locais fechados e com pouca ventilação;
• Higienize as mãos;
• Siga os protocolos de tosse e espirro, cobrindo nariz e boca;
• Faça isolamento social em caso de sintomas;
• Utilize máscara facial;
• Mantenha a carteirinha de imunização sempre atualizada;
• Hidrate o corpo. (com Redação EdiCase)