NA REDE PRIVADA

Doenças respiratórias: internação de idosos salta 32% na Unimed-BH, que reage com ações emergenciais

Belo Horizonte decretou situação de emergência nesta quarta-feira (30 de abril); crianças e idosos são os mais vulneráveis

Por Isabela Abalen
Atualizado em 30 de abril de 2025 | 16:53

A alta de atendimentos e internações por doenças respiratórias — como influenza, covid-19 e bronquiolite (vírus sincicial respiratório – VSR) — tem lotado os hospitais da rede Unimed-BH. A operadora, que atende a maioria dos planos de saúde da capital e da região metropolitana, com 1,5 milhão de clientes, vem adotando medidas emergenciais para dar conta da demanda das últimas semanas. A sobrecarga na assistência também pressiona o Sistema Único de Saúde (SUS), e Belo Horizonte, Contagem e Betimdeclararam situação de emergência.

Dados da Unimed-BH indicam que, nas últimas duas semanas de abril, a procura por atendimentos de urgência cresceu mais de 65% entre a população idosa com queixas respiratórias. No mesmo período, pacientes com 60 anos ou mais também demandaram 32% mais internações. A cooperativa não divulga números exatos.

O aumento expressivo da demanda levou a Unimed-BH a adotar medidas emergenciais para ampliar a capacidade de atendimento. A rede abriu 24 novos leitos de internação no Hospital Unimed - Unidade Betim e informou que está reforçando as equipes médicas, além de aumentar a capacidade dos Prontos Atendimentos. A oferta de leitos também tem sido ampliada por meio de parcerias com hospitais credenciados. 

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Idosos são mais vulneráveis 

A alta taxa de internação entre idosos não é uma casualidade. Segundo a médica geriatra da Unimed-BH, Bárbara Correa, o público idoso tem maior propensão a complicações decorrentes de infecções respiratórias devido a condições pré-existentes, como hipertensão e diabetes.

“Os idosos compõem um grupo mais vulnerável, especialmente por apresentarem, em geral, um número maior de comorbidades — doenças que tendem a agravar quadros infecciosos. Com o envelhecimento, há também uma queda natural na eficiência do sistema imunológico, o que aumenta a prevalência de infecções nessa faixa etária”, explica.

Formas de prevenção

Segundo o infectologista da Unimed-BH, Adelino Melo Freire Jr., a melhor forma de proteção contra doenças respiratórias é o tripé: imunização, barreira física e manejo precoce. “Em primeiro lugar, é fundamental manter o calendário vacinal atualizado: a dose anual contra influenza, o reforço semestral da vacina contra a covid-19 para quem tem 60 anos ou mais, pelo menos uma aplicação da vacina pneumocócica conforme as indicações do programa nacional de imunizações e, quando possível, a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR)”, ressalta.

O especialista reforça que, embora pouco utilizada atualmente, a máscara é eficaz na redução da transmissão de vírus respiratórios, especialmente em ambientes fechados ou com aglomerações. Além disso, conforme Melo Freire Jr., idosos sintomáticos não devem ignorar o atendimento médico: "Ao primeiro sintoma, como febre, dores no corpo, tosse ou falta de ar, o ideal é buscar uma avaliação por teleatendimento, para não expor o idoso a ambientes com risco de contaminação."

Confira as recomendações para a prevenção de doenças respiratórias:

  • Higiene das mãos: lave com frequência por pelo menos 20 segundos com água e sabão. Na ausência, utilize álcool em gel 70%.
  • Evite tocar o rosto: principalmente olhos, nariz e boca, que são portas de entrada para os vírus.
  • Uso de máscara: recomendado em locais fechados ou de grande circulação e ao apresentar sintomas respiratórios.
  • Vacinação: mantenha o calendário vacinal em dia, especialmente contra gripe e COVID-19.
  • Etiqueta respiratória: cubra o nariz e a boca com o antebraço ou lenço descartável ao tossir ou espirrar. Descarte o lenço e higienize as mãos imediatamente.
  • Ambientes ventilados: mantenha janelas abertas sempre que possível para garantir boa circulação de ar.
  • Evite aglomerações: mantenha distância segura em locais públicos e evite contato direto com pessoas doentes.
  • Desinfecção de superfícies: limpe objetos e áreas de contato frequente, como celulares, maçanetas e bancadas.

Fonte: Unimed-BH