A alta de atendimentos e internações por doenças respiratórias — como influenza, covid-19 e bronquiolite (vírus sincicial respiratório – VSR) — tem lotado os hospitais da rede Unimed-BH. A operadora, que atende a maioria dos planos de saúde da capital e da região metropolitana, com 1,5 milhão de clientes, vem adotando medidas emergenciais para dar conta da demanda das últimas semanas. A sobrecarga na assistência também pressiona o Sistema Único de Saúde (SUS), e Belo Horizonte, Contagem e Betim já declararam situação de emergência.
Dados da Unimed-BH indicam que, nas últimas duas semanas de abril, a procura por atendimentos de urgência cresceu mais de 65% entre a população idosa com queixas respiratórias. No mesmo período, pacientes com 60 anos ou mais também demandaram 32% mais internações. A cooperativa não divulga números exatos.
O aumento expressivo da demanda levou a Unimed-BH a adotar medidas emergenciais para ampliar a capacidade de atendimento. A rede abriu 24 novos leitos de internação no Hospital Unimed - Unidade Betim e informou que está reforçando as equipes médicas, além de aumentar a capacidade dos Prontos Atendimentos. A oferta de leitos também tem sido ampliada por meio de parcerias com hospitais credenciados.
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A alta taxa de internação entre idosos não é uma casualidade. Segundo a médica geriatra da Unimed-BH, Bárbara Correa, o público idoso tem maior propensão a complicações decorrentes de infecções respiratórias devido a condições pré-existentes, como hipertensão e diabetes.
“Os idosos compõem um grupo mais vulnerável, especialmente por apresentarem, em geral, um número maior de comorbidades — doenças que tendem a agravar quadros infecciosos. Com o envelhecimento, há também uma queda natural na eficiência do sistema imunológico, o que aumenta a prevalência de infecções nessa faixa etária”, explica.
Segundo o infectologista da Unimed-BH, Adelino Melo Freire Jr., a melhor forma de proteção contra doenças respiratórias é o tripé: imunização, barreira física e manejo precoce. “Em primeiro lugar, é fundamental manter o calendário vacinal atualizado: a dose anual contra influenza, o reforço semestral da vacina contra a covid-19 para quem tem 60 anos ou mais, pelo menos uma aplicação da vacina pneumocócica conforme as indicações do programa nacional de imunizações e, quando possível, a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR)”, ressalta.
O especialista reforça que, embora pouco utilizada atualmente, a máscara é eficaz na redução da transmissão de vírus respiratórios, especialmente em ambientes fechados ou com aglomerações. Além disso, conforme Melo Freire Jr., idosos sintomáticos não devem ignorar o atendimento médico: "Ao primeiro sintoma, como febre, dores no corpo, tosse ou falta de ar, o ideal é buscar uma avaliação por teleatendimento, para não expor o idoso a ambientes com risco de contaminação."
Fonte: Unimed-BH