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PBH impediu uso de espaço para fabricação de 'baseado gigante' da Marcha da Maconha
Movimento atribui o fato à pressão de vereadores da extrema direita; PBH alega que Centro de Referência da Juventude já estava reservado para outras ações
Pela primeira vez em anos, o Centro de Referência da Juventude (CRJ), espaço da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) no centro da capital mineira, foi barrado e não foi utilizado na fabricação do tradicional "baseado gigante", que todos os anos é queimado ao fim da Marcha da Maconha, que pede a legalização da droga no Brasil. Apesar disso, a alegoria, que é marca registrada do movimento, segue sendo produzida e estará presente na manifestação, que acontece neste sábado (31 de maio).
O movimento, que realiza sua 17ª edição, classificou a medida como uma tentativa de boicote por parte da PBH que, por sua vez, alegou que o espaço já estava reservado para outras atividades e, por isso, não foi utilizado pela Marcha da Maconha.
A alegoria — uma escultura cênica que simula um cigarro de maconha em tamanho ampliado — se tornou um marco simbólico da manifestação, que reivindica a legalização da cannabis e critica o que o movimento chama de “hipocrisia” da política de drogas no Brasil. Desde que ou a ser montada no CRJ, nunca houve impedimentos por parte da istração municipal, segundo os organizadores.
“Essa alegoria representa mais do que um cigarro gigante. É uma afronta à hipocrisia que criminaliza o uso da planta. Há anos fazemos isso em harmonia com o CRJ. Agora, às vésperas do ato, nos barram. Não é coincidência, é tentativa de silenciamento”, afirma nota divulgada pelo coletivo organizador da Marcha.
Sob anonimato, um integrante do movimento afirma que o espaço foi barrado devido à pressão feita sobre o prefeito Álvaro Damião (União) por vereadores da extrema direita. "Usamos o espaço há 6, 7 anos. A informação que rolou pra gente é que foi a extrema direita que fez pressão para não deixarem a gente usar o espaço. O que corre é que o novo prefeito vai pegar pesado com estas coisas", afirmou.
A Marcha da Maconha acontece neste sábado, com concentração marcada para as 13h na praça da Estação. Às 16h20 os manifestantes iniciam o trajeto, que irá até a praça da Liberdade, no Funcionários, região Centro-Sul da capital mineira.
O que alega a prefeitura?
Procurada pela reportagem, a PBH afirmou que não foi possível atender o pedido no período solicitado pelo movimento "em razão dos espaços já estarem reservados para a realização de atividades institucionais de parcerias".
"Na semana em questão, o Centro de Referência das Juventudes receberá atividades como 'Elas – Arena da Cultura, Oficina de Circo', Projeto Estamos Juntos, Desembola na Ideia, Cursinho Popular Emancipa, Ballet Jovem, Oficina de inho e ensaio da Oficina de Teatro", detalhou.
Por fim, o município afirmou que os critérios para uso do espaço do CRJ "são definidos com base na ordem de agendamento, respeitando o princípio da impessoalidade da istração pública".