Terminou na noite desta quinta-feira (31) o julgamento de seis dos 12 integrantes da Galoucura acusados de espancar e matar o cruzeirense Otávio Fernandes, de 19 anos. Os seis réus foram condenados a dois anos, em regime aberto, por formação de quadrilha. Já João Paulo e Marcos Vinícius Oliveira foram condenados por homicídio duplamente qualificado.

Somando as penas, João foi condenado a 15 anos e 10 meses (1 ano e 10 meses por formação de quadrilha e 14 por assassinato) e Marcos foi condenado a 17 anos de detenção (15 anos por homicídio e dois por formação de quadrilha) em regime fechado. Todos foram inocentados do crime de tentativa de homicídio de Rodrigo Oliveira. 

O segundo dia do julgamento começou na manhã desta quinta-feira (31) com quase uma hora de atraso. O primeiro ouvido foi Cláudio Henrique Souza Araújo, o Macalé. O acusado disse que não agrediu ninguém e que apenas assistiu à luta do professor dele, César Godim.

Conforme depoimento de Cláudio Henrique Souza Araújo, a luta durou apenas um minuto e, depois disso, ele foi embora para casa. Porém, o acusado afirmou que, na hora de sair da casa de shows onde ocorreu o campeonato de luta, ele, que estava acompanhado de aproximadamente 25 pessoas, foi agredido por cruzeirenses, que estavam com cavaletes nas mãos.

Ainda de acordo com o réu, ele precisou retirar uma das grades que cercava a porta da casa de shows para conseguir sair. Cláudio Henrique garantiu ao juiz que não conhece nenhuma das vítimas. No entanto, o réu confirmou ter participado de outras brigas desde 1987, quando se tornou membro da Galoucura.

Nessa quarta-feira (30), no primeiro dia do julgamento, vinte testemunhas prestaram depoimento no 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. A sessão só foi interrompida depois de cerca de 15 horas de duração.

Relembre o caso

No dia 27 de novembro de 2010, o torcedor cruzeirense Otávio Fernandes, de 19 anos, foi espancado até a morte por torcedores rivais, com chutes, socos e golpes de ferro. O assassinato ocorreu em frente a um shopping na Savassi, a poucos metros do Chevrolet Hall, localizado na avenida Nossa Senhora do Carmo, onde acontecia um evento de luta livre. A confusão teria começado no local, onde havia integrantes de ambas as torcidas.

Entre os réus, estão o diretor da torcida organizada Galoucura, Marcos Vinícius Oliveira de Melo, o Vinicin, e João Paulo Celestino Souza, o Grilo. Os dois são acusados de homicídio qualificado, tentativa de homicídio e formação de quadrilha. Cláudio Henrique Souza Araújo, o Macalé, é acusado pelos dois últimos crimes. Os três estão presos desde 2011. Já Eduardo Douglas Ribeiro Junior, Josimar Junior de Sousa Barros e Windsor Luciano Duarte Serafim respondem em liberdade e serão julgados por formação de quadrilha.