Cinco membros da torcida organizada Galoucura, suspeitos de envolvimento no espancamento e morte do torcedor cruzeirense Otávio Fernandes, 19, em frente ao Chevrolet Hall, na região Sul de Belo Horizonte, se entregaram na tarde de ontem no Fórum Lafayette. Todos estavam com prisão temporária decretada.
Os detidos estão entre os nove acusados de participação no brutal assassinato, ocorrido no último dia 27, durante um confronto de torcedores. Três suspeitos ainda estavam foragidos até a noite de ontem.
Entre os presos estão o presidente da Galoucura, Roberto Augusto Pereira, o Bocão, William Thomaz Palumbo, o Ferrugem, que é vice-presidente da agremiação, e Marcos Vinícius Oliveira Melo, o Vinicin, diretor istrativo da organizada. Josimar José de Souza e Diego Felipe de Jesus, o Feijão, são associados da torcida.No sábado, o diretor de patrimônio da Galoucura, Cláudio Henrique Souza Araújo, o Macalé, já havia sido preso.
Os cinco suspeitos presos ontem foram ouvidos no 2° Tribunal do Júri, pelo juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes, o mesmo que decretou a prisão. Do fórum, eles seguiram para o Departamento de Investigações (DI), na Lagoinha, e, antes de serem encaminhados ao Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) da Gameleira, onde ficarão presos, aram por exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Para o delegado Wagner Pinto, chefe da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV), todos os nove suspeitos tiveram algum tipo de participação na morte do cruzeirense, seja agredindo Otávio Fernandes ou impedindo o socorro ao torcedor. A polícia não descarta o envolvimento de mais pessoas no crime. "Podem existir outros elementos? Sim. Entretanto, até agora, as investigações são contundentes, definindo a participação dos nove", disse o policial.
As imagens feitas pelo circuito de segurança do Chevrolet Hall e do Pátio Savassi, região onde aconteceu a pancadaria, foram cruciais para identificar os suspeitos. A sessão de espancamento flagrada pelas câmeras é impressionante. As imagens mostram Otávio Fernandes, inconsciente, caído no asfalto, e vários homens se revezando entre chutes e pancadas na sua cabeça, algumas dadas com barras de ferro e placas de sinalização.
O advogado dos acusados, Sérgio Isaías Soares Meira, questionou a prisão. "Não entendi o porquê dos mandados de prisão. Afinal, os cinco integrantes da Galoucura que se apresentaram hoje (ontem) não foram identificados nas imagens".