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Júri condena Norberto Mânica a 100 anos de prisão
José Alberto de Castro também foi condenado a cumprir 96 anos, 10 meses e 15 dias de prisão; como ele já ou 146 dias preso, a pena será de 96 anos, 5 meses e 22 dias; réus responderão em liberdade
No dia 28 de janeiro de 2004 o Estado brasileiro era desafiado com o assassinato de três auditores fiscais e um motorista do trabalho na zona rural de Unaí no noroeste mineiro. A motivação para o crime, que ficou conhecido como chacina de Unaí, foi a insatisfação de fazendeiros da região com as seguidas fiscalizações dos servidores.
Hoje, depois de 11 anos, nove meses e dois dias de espera - mais de 25 recursos protelando o júri - o fazendeiro Norberto Mânica enfim enfrentou a decisão dos jurados e foi condenado a 100 anos de prisão por quatro homicídios triplamente qualificado. Como já ficou preso no inicio das investigações por 1 ano e seis meses, terá que cumprir ainda 98 anos e 6 meses da sentença.
A dúvida agora é quando Norberto irá cumprir a pena, já que poderá esperar em liberdade até que todos os recursos sejam julgados, o que pode durar anos. Depois de ouvir a sentença, o fazendeiro deixou o tribunal em seu carro de luxo.
Enquanto isso, os auditores fiscais comemoravam a condenação fazendo uma chamada com os nomes das vítimas com a resposta em uma só voz de "presente".
O empresário José Alberto de Castro, também foi condenado por intermediar a contratação dos pistoleiros pelos mesmos crimes e pegou a pena de 96 anos e 10 anos de prisão. Como ficou preso por quase cinco meses terá que cumprir 96 anos e cinco meses. Também poderá responder em liberdade
Ainda conforme a sentença, os réus deverão entregar os seus aportes e estão impedidos de sair do país.
Foram quatro dias de julgamento, com confissão parcial de José Alberto, diferentes versões apresentadas para o crime e comoção entre viúvas das vítimas que acompanharam todo o júri.
O crime
Em janeiro de 2004 quatro servidores do Ministério do trabalho foram mortos em uma estrada rural de Unaí. Os jurados aceitaram a versão do Ministério Público Federal de que o fazendeiro Norberto Mânica encomendou a morte do auditor Fiscal, Nelson José da Silva. Ele já havia sido autuado por diversas irregularidades trabalhistas e já havia ameaçado o servidor.
Quem intermediou foi José Alberto Castro, que negociou com os pistoleiros a morte de Nelson. Como ele estava acompanhado de três colegas, os pistoleiros não cumpriram seu objetivo em um primeiro momento. Eles se reuniram com o José Alberto Castro em Unaí e receberam a ordem de matarem todos que receberiam em dobro. Essa teria sido a orientação de Norberto.
No próxima quarta-feira será julgado Anterio Mânica, irmão de Norberto que também é acusado de ser o mandante do crime.
No dia 10 é a vez do empresário Hugo Pimenta, que teria intermediado o crime junto com José Alberto. Ele fez acordo de delação premiada com o Ministério Público e foi testemunha chave no julgamento de Norberto, incriminando o fazendeiro.
Atualizada às 22h51.