Região Central de Minas

Mineradora ergue 'muro' abaixo de barragem em risco em Itatiaiuçu

A obra visa conter os rejeitos de minério em um eventual rompimento da barragem e serve também para que seja feita a descaracterização da estrutura

Por Natália Oliveira
Publicado em 15 de março de 2022 | 16:57

Uma espécie de "muro" será erguido abaixo da barragem de rejeitos da Mina Serra Azul, da mineradora ArcelorMittal, em Itatiaiuçu, na região Central de Minas, para conter os rejeitos de minério em um eventual rompimento da barragem e serve também para que seja feita a descaracterização da estrutura. Por enquanto, a obra está em preparação do terreno e abertura de os para agem de equipamentos e material. 

A barragem está no nível 3, o mais crítico de instabilidade, de acordo com critérios da Agência Nacional de Mineração (ANM). Por isso, será feita a sua descaracterização. A empresa firmou Termo de Compromisso com os Ministérios Públicos Federal e Estadual, Governo do Estado de Minas, Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM) e Agência Nacional de Mineração (ANM), no dia 25 de fevereiro de 2022, em que ficou estabelecido que a empresa apresentará o projeto de descaracterização da barragem até novembro deste ano. 

"Para iniciar o processo de descaracterização, é necessária a construção de uma Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ), que consiste em uma grande barreira física próxima da área da barragem para contenção dos rejeitos na hipótese de eventual rompimento. O projeto básico da ECJ será apresentado ao Ministério Público até 30 de abril de 2022 e o projeto executivo até 30 de agosto de 2022, conforme termo de acordo firmado em novembro de 2021", informou a ArcelorMittal. 

A mineradora explicou que, por enquanto, estão sendo realizadas atividades como abertura de os, supressão vegetal, preparação da base do terreno e preparação de canteiros de obras, "seguindo estritamente as normas de segurança aplicáveis". 

A empresa explicou ainda que não há risco iminente de rompimento da barragem e que não há exigência de novas medidas ou ações adicionais de segurança. "A empresa ressalta ainda que, desde 2019, optou por adotar, preventivamente, medidas de segurança superiores às exigidas pela legislação da época tendo, inclusive, promovido a realocação preventiva da comunidade na Zona de Autossalvamento (ZAS), de modo a garantir total segurança das pessoas".

Atualmente são 859 famílias assistidas pela ArcelorMittal, sendo que 56 foram realocadas preventivamente e residem em imóveis alugados pela empresa. "Os núcleos familiares evacuados receberam auxílio emergencial mensal até junho de 2021. A partir da do acordo, em 7 de junho de 2021, o auxílio emergencial foi substituído por pagamento de uma verba mensal, estendida a outras famílias da região, para fomento da economia local como forma de reparação coletiva", concluiu.