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Selic: Banco Central mantém a taxa básica de juros em 10,5%
Decisão já era esperada pelo mercado financeiro no Brasil

O Banco Central manteve, nesta quarta-feira (31), a Selic - taxa básica de juros da economia brasileira - em 10,5%. A decisão unânime foi tomada durante reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (31). A manutenção já era esperada pelo mercado.
A edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, indicou que o índice deve continuar em 10,5% ao ano até o fim de 2024. Na ata da reunião mais recente, o Copom informou que via alta nas expectativas de inflação.
Ao anunciar a manutenção da taxa Selic, o Copom afirma que a tendência dos outros países é manter suas taxas mais elevadas para conter o processo inflacionário e seus mercados atrativos.
"O ambiente externo mantém-se adverso, em função da incerteza sobre os impactos e a extensão da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e sobre as dinâmicas de atividade e de inflação em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho", explicou o Copom.
Já observando o cenário interno, o Copom fala que está atento à depreciação do real frente ao dólar (encarecendo produtos importados) e à persistente inflação de serviços. "O comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional exigem ainda maior cautela na condução da política monetária. Em particular, os impactos inflacionários decorrentes dos movimentos das variáveis de mercado e das expectativas de inflação, caso esses se mostrem persistentes, corroboram a necessidade de maior vigilância", argumentou.
Críticas à manutenção
A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) criticou a decisão do Banco Central. Na avaliação do presidente da entidade, Marcelo de Souza e Silva, a manutenção da Selic no atual patamar pode desacelerar o crescimento que o comércio varejista da capital tem observado em 2024. “Um ambiente com a taxa Selic mais baixa poderia estimular o consumo e os investimentos, favorecendo a expansão econômica”, lamentou.
Silva ainda diz que apesar de necessária para o controle inflacionário, a Selic em patamar elevador pode criar desagios ao setor de comércio e serviços. “Toda redução, mesmo que tímida, é positiva para o comércio. Afinal, a queda da taxa de juros afeta a confiança, aumenta o crédito disponível e, consequentemente, o consumo e os investimentos. Vivemos um aquecimento da economia e do comércio, por isso, precisamos que o Copom siga com taxas de juros que estimulem o consumo, sem comprometer o processo desinflacionário”, disse.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), por sua vez, afirmou que a decisão do Copom, sem a sinalização de futuros cortes na taxa de
juros, "coloca em alerta os agentes econômicos". Nesse contexto, conforme a Fiemg, a capacidade produtiva é diretamente afetada e haverá impactos sistêmicos.
"O cenário de juros elevados impõe desafios significativos para a indústria, que vão desde a limitação da capacidade de investimento até a redução da competitividade. Esses fatores, combinados, desestimulam o investimento e afetam negativamente o crescimento econômico, a geração de emprego e a renda da população", complementou a Federação em nota.
O texto ainda pede que o Banco Central retome os cortes na Selic. "É intolerável a manutenção da Selic neste patamar, e cortes nos juros se tornam não apenas urgentes, mas vitais para criar um ambiente mais favorável ao desenvolvimento econômico e social do país", acrescentou.
O que é a taxa Selic?
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas istrativas.