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Lexa fala da volta aos palcos e da música que compôs para a filha
A artista abriu o coração sobre seu processo de luto no Conversa com Bial desta segunda-feira (5)
Lexa abriu o coração sobre o luto que enfrenta após a morte da filha recém-nascida prematuramente, Sofia, fruto do relacionamento com o ator Ricardo Vianna, durante participação no programa "Conversa com Bial" desta segunda-feira (5).
A cantora detalhou os momentos difíceis que viveu na UTI após sofrer uma pré-eclâmpsia precoce aos seis meses de gestação, resultando na morte de Sofia três dias após o seu nascimento.
“O processo final da UTI, quando fui ter o parto da minha filha, os meus órgãos começaram a entrar em falência. Porque eu estava chegando no meu limite para tentar tê-la na minha barriga. E os médicos falavam: ‘Temos que salvar a árvore. Óbvio que vamos tentar salvar o fruto, mas a gente precisa salvar a árvore’. Ficava em pânico porque eu queria que salvassem a minha filha, mas não tinha muito o que fazer”, relatou a artista.
Lexa explicou que teve o tipo de pré-eclâmpsia mais grave e que descobriu a doença durante um exame de rotina: “Eu fui fazer a morfológica (ultrassonografia) no segundo trimestre. Quando a médica viu que o meu bio marcador estava completamente estourado, ela disse: ‘Interna agora’. Mas eu disse: ‘Só estou sentindo a minha mão dormente’. Entendi que de uma hora para outra, acabou, o neném entra em sofrimento. Eu e o bebê estávamos em risco de vida altíssimo. Peguei o primeiro voo de manhã e fui para São Paulo. Quando eu internei, eu sabia que dali eu não sairia sem ter o parto. Estava com 23 semanas quando internei. Estava entrando no sexto mês”.
A funkeira destacou a importância do apoio familiar nesse processo, especialmente do pai da criança, que nem sempre é presente na realidade de muitas mulheres.
“Nessas horas a gente está tão machucada, sente tanta dor, e para as pessoas que falam que entendem a minha dor, eu digo: ‘Você não vai entender.' E nem quero que você entenda porque eu provo de uma dor muito grande. Não tem como superar um filho, é insuperável. Você aprende a conviver com essa dor. E é muito importante ter um parceiro do nosso lado. O Ricardo foi um grande parceiro, mas têm mulheres que não tem um grande parceiro do seu lado e tem que lidar com isso sozinhas”, declarou a carioca.
Lexa contou como foram seus últimos momentos com Sofia e a importância de seguir as dicas da escritora Heloisa Salgado, autora do livro ‘Como Lidar com o Luto Perinatal, acolhimento em situações de perda gestacional e neonatal’, que inclusive vem sendo recomendada por protocolos internacionais, para que mães que perderam seus filhos coletem memórias palpáveis da criança, como digitais do bebê, pedaço de cabelinho, entre outros.
“Lembro que quando carreguei a Soso (Sofia) na incubadora, a primeira vez que a carreguei, ela tinha tido duas paradas cardíacas. Ali eu já sabia: 'Pega a Sofia agora porque ela não vai resistir mais'. Peguei minha filha pela primeira vez, peguei para sentir o pesinho dela, e olhei para cada detalhe dela. Virei as costas, deixei minha filha para trás, e disse: ‘Eu não quero ver mais nada! Nesse momento que você perde, você não quer ver ninguém. Não queria falar com ninguém, nem meus melhores amigos. Queria ficar sozinha. E hoje dou graças a Deus por minha mãe ter guardado a toquinha. Isso hoje me aquece o coração. Imagina se num impulso eu tivesse apagado tudo, jogado tudo fora. Ia ser o maior arrependimento da minha vida”, disse a cantora.
Por fim, Lexa falou sobre a música que compôs para a filha como uma forma de mantê-la perto dela e ajudá-la a ar por esse processo de luto: “Eu sou funkeira. Como vou voltar a cantar funk nesse momento da minha vida? Preciso parar o meu mundo e fazer para ela. Toda vez que canto essa música, você e eu, é um abraço que eu dou e eu transformei isso em amor. O luto vem cheio de escuro que com o ar do tempo a luz vem tomando conta. A música é uma luz na minha vida e que ela seja luz na vida das pessoas. Que seja o início de um novo recomeço, agora com uma mulher mais forte, mais certa da vida”.