Fazia anos que os moradores de Angueretá ouviam falar de execuções na Fazenda Porto Mesquita, na margem do rio Paraopeba, na Região Central de Minas Gerais. Por isso, muita gente temia aquelas terras e seu dono, José Luís Figueiredo, o Zé Figueiredo. O mistério começou a ser desvendado meio por acaso, em 1975.
Contamos isso neste segundo episódio do podcast “A Chacina de Angueretá”. Em 17 de maio daquele ano, um policial civil lotado em Pará de Minas viajou por 60km até Papagaios para intimar um homem a depor em inquérito. O investigado contou ao detetive que em Angueretá, distrito da vizinha Curvelo, havia uma série de assassinatos nunca investigados, com vítimas jogadas em cisternas.
O homem apontou Zé Figueiredo, então com 63 anos, e parentes do fazendeiro como autores da chacina. O local da desova era a Porto Mesquita, disse ele. O policial foi até Belo Horizonte e reportou a denúncia ao diretor-geral da Polícia Civil mineira, Tacir Menezes Sia, que mandou a Delegacia de Homicídios apurar.
Essa é a versão contada pela Polícia Civil. Não foi divulgado o nome do homem nem o motivo dele decidir delatar os crimes e se tinha envolvimento com algum deles. Já moradores da região contam que, após uma briga entre dois primos, um deles jurou que contaria à polícia a existência de uma cisterna com ossadas em Angueretá.
👉🏻 O podcast 'A Chacina de Angueretá' é uma produção de O TEMPO. A reportagem completa está disponível aqui.
O espaço permanece aberto para manifestações de instituições e familiares das pessoas citadas. Informações sobre os crimes em Angueretá podem ser enviadas para [email protected].