A bicentenária capela de Angueretá, erguida no centro do distrito: cenário não mudou muito desde encontro das ossadas, 50 anos atrás Foto: Fred Magno/O TEMPO

VIOLÊNCIA PERSISTE

Justiceiros expulsam estranhos em vilarejo marcado por violência de fazendeiros

Distrito cenário de execuções em série ocorridas 50 anos atrás hoje convive com ação de milícia e violência em disputa por terras

Estigmatizado por uma onda de assassinatos atribuídos a rixas entre antigos fazendeiros e, principalmente, pelo episódio das ossadas encontradas em duas cisternas de uma propriedade rural, 50 anos atrás, o distrito de Angueretá, em Curvelo, na região Central de Minas, ainda convive com a violência praticada por moradores.

Um grupo formado por homens adultos age como justiceiros, chamados de “capas pretas”. Com capa e balaclava na cor preta, exibindo armas de fogo, abordam estranhos, forasteiros. Um deles faz questão de exibir a espingarda calibre .12 quando entra em ação com os demais integrantes do grupo, uma espécie de milícia.

“Cê não é daqui, tá precisando de alguma coisa":2025}

Sobre o Autor

Com agem por grandes veículos, ganhou os mais relevantes prêmios de jornalismo do país, como Esso, Embratel e Vladimir Herzog. Cobriu alguns dos principais eventos mundiais deste século, como a devastação do terremoto no Haiti e as Copas do Mundo no Brasil e na África do Sul. É autor de três livros reportagem: O Caso Pedrinho, O Povo da Lua e O Reino Eremita. Este último, fruto de anos de pesquisa e visitas à Coreia do Norte, Coreia do Sul e China.