Foram instaladas as cidades industriais de Contagem e Santa Luzia. Foram criados loteamentos populares ao redor dessas áreas para abrigar futuros trabalhadores nos novos polos.
Caeté e Sabará tiveram crescimento com a expansão da avenida Cristiano Machado e do bairro Cidade Nova. As duas cidades também foram vistas como dormitórios para a população de baixa renda.
Ainda nos anos 1950, juntamente com a instalação do distrito industrial, foram aprovados 113 loteamentos em Belo Horizonte, Contagem e Betim, totalizando 80,6 mil lotes.
Santa Luzia e Vespasiano aram por instalação de distritos industriais, mas tiveram ocupação mais lenta do que as vizinhas e também eram vistas como opções de cidades-dormitório
Ribeirão das Neves, na época com grandes propriedades de terras de baixa produtividade, se tornou opção para lotes residenciais. Porém, diferentemente do que ocorreu em Contagem e Betim, que tiveram ocupação determinada pela alta oferta de trabalho, Ribeirão das Neves foi marcada por disponibilidade de lotes em condições precárias de infraestrutura e pela falta de empregos. Ibirité também teve o crescimento associado à “periferização”, se estabelecendo como alternativa mais ível para moradia.
Expansão industrial de Contagem segue rumo a Betim, que, em 1967, recebeu a Rennaria Gabriel os, da Petrobras. Na década de 1960, tem início outro perfil de periferização, dessa vez da classe de alta renda, com a construção dos condomínios em Nova Lima e em Brumadinho.
A Região Metropolitana de Belo Horizonte foi criada pela Lei Federal Complementar 14, de 1973. Nessa época, a RMBH era composta pelos municípios: Belo Horizonte, Betim, Caeté, Contagem, Ibirité, Lagoa Santa, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Sabará, Santa Luzia e Vespasiano.
Com o início do esgotamento da exploração de minério de ferro em Nova Lima, as construtoras, em conjunto com as mineradoras, começaram a focar a ocupação de Nova Lima, baseada em grandes condomínios mais estruturados, como o Alphaville Lagoa dos Ingleses, aprovado posteriormente em 1998.
Em 1989, com a promulgação da Constituição de Minas Gerais, novos municípios aram a integrar o espaço metropolitano de BH: Brumadinho, Esmeraldas, Igarapé e Mateus Leme. Hoje são 34 os municípios que integram a RMBH.
Houve um crescimento de 70% nas áreas urbanizadas ao redor de BH, com conurbação (união dos espaços) entre a capital e os municípios.
A área urbanizada saiu do patamar de crescimento de 70% e ou para 17%. Os principais avanços foram em Sarzedo, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Juatuba, Brumadinho, Lagoa Santa, Vespasiano, São José da Lapa e Jaboticatubas.
O crescimento de 17% na área urbanizada é repetido, com maior alta da população em Nova Lima, Sarzedo, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Itatiaiuçu, Esmeraldas, Juatuba, Mateus Leme, Lagoa Santa e São José da Lapa.
A Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab-MG) foi estabelecida em 1965 para reduzir o déficit habitacional e a urbanização de vilas
e favelas no Estado. Desde então, construiu mais de 130 mil unidades habitacionais no Estado. Do total, 23,6%, ou 30.644 unidades habitacionais, foram nos municípios da RMBH e do Colar Metropolitano.
*Essa matéria compõe o caderno especial Habitar, com reportagem de Gabriel Rezende, Gabriel Rodrigues, José Vítor Camilo, Juliana Siqueira, Raissa Oliveira, Raquel Penaforte e Tatiana Lagôa; edição de Karlon Aredes e fotos de Alex de Jesus, Fred Magno, Thomás Santos e Flávio Tavares.