O sistema construtivo a seco expandiu 60% nos últimos anos de acordo com a Associação Brasileira de Construção Metálica (ABCEM) e deve aumentar anualmente, no mundo, entre 5% e 7% até 2027, nas previsões do Steel Framing Market Report.

Números robustos já são registrados também pela mineira Metal Light Sistema Construtivo Sustentável.

“Nós crescemos em média 50% ao ano, com tendência de aumento de 100% em 2025. Mas em plena pandemia ocorreu nosso maior crescimento: 600% em 12 meses”, afirma Gustavo Roberto Silverio de Freitas, sócio fundador e diretor operacional da Metal Light.

Ele lembra que após a crise sanitária da Covid-19, o steel frame ganhou mais força por ter o prazo de construção bem menor em relação à alvenaria, método mais utilizado no país.

“Muitas indústrias de materiais steel frame surgiram, o que fez aumentar a concorrência e contribuir para a redução significativa dos custos dos materiais.”

Hoje, segundo Gustavo Freitas, o steel frame pode ser considerado o sistema construtivo mais barato na maioria dos projetos. Além disto, ele acrescenta, possui inúmeras vantagens e qualidade superior à alvenaria. Cita que a estrutura é leve e, consequentemente, a fundação será mais rasa e econômica; a obra, em média, é três vezes mais rápida que os sistemas convencionais e 100% industrializada. “Com isso, a maior parte dos erros executivos são eliminados e a construção terá maior precisão e controle de qualidade”, explica.

Mais vantagens

O diretor operacional da Metal Light diz que não existe desperdício na obra e os 3% de resíduos gerados podem ser reciclados. “Enquanto a alvenaria produz, no mínimo, 25% de perda de materiais.” Usa menos 99% de água, de acordo com ele, e por isso é chamada de obra seca. Necessita de menos colaboradores no canteiro de obras e a construção depois de pronta exige menor manutenção. “No steel frame não existem trincas e infiltrações.” Fora isto, ele aponta fidelidade orçamentária (dá para saber quanto a obra vai custar), melhor desempenho térmico e acústico, resistência a terremotos e ventos fortes.

Tantos benefícios levaram Gustavo Freitas a resolver empreender com este método construtivo depois de assistir a uma palestra na faculdade, quando ainda lidava com planejamento de obras industriais de grande porte. “Vi no steel frame um sistema que poderia ser aplicado fora da indústria, em qualquer tipo de obra. Logo após minha saída da empresa, decidi que iria trabalhar com steel frame e apresentei ao Roney Helbert Alves (meu sócio, hoje), e ele abraçou a ideia”, relata. Deu certo.

“Já executamos 74 obras, estamos atuando em 4 contratos e temos 3 já assinados aguardando início neste primeiro semestre”, informa. Ele diz que o número de funcionários varia de acordo com a demanda. A empresa usa em média 5 trabalhadores por obra e chegou a ter 12 empreendimentos executados em paralelo.

A maior demanda é por obras residenciais de médio e alto padrão em condomínios fechados. “Mas um setor que têm crescido na solicitação do steel frame, é o de fachadas de edifícios”, conta Gustavo Freitas. Há também obras públicas. “O Estado de Minas Gerais concentra o maior número de obras públicas com estrutura em light steel frame do Brasil.” Este método construtivo foi desenvolvido nos Estados Unidos no início dos anos 1900 e a primeira casa, lembra ele, foi apresentada na feira de construção em Chicago, em 1933.

No Brasil, o steel frame começou a ser usado na década de 1990. “Quase 40 anos depois, o sistema ganha maior visibilidade e adeptos, principalmente, em função de alguns fatores como escassez da mão de obra que aumenta os custos da construção civil e alonga prazos”, afirma o sócio da Metal Light. Reforça que muitos investidores adotaram o steel frame e não voltam mais a construir em alvenaria.

Números da Metal Light

R$ 2,5 milhões de faturamento anual só de serviços

50% de crescimento nos últimos anos

Na pandemia, registrou maior crescimento: 600% em 12 meses

Mais de 2.500 toneladas de obras montadas

30 mil metros quadrados construídos

680 toneladas de resíduos não gerados

História

Fundada em 2016, a Metal Light é especializada na construção em steel frame de médio e alto padrão. Nos primeiros anos, ela focou na industrialização de processos e no desenvolvimento de mão de obra qualificada para garantir que cada projeto fosse executado com precisão e qualidade. Com o ar do tempo, expandiu seu portfólio, aliou projetos residenciais de alto padrão com obras institucionais e comerciais. Em 2023, recebeu premiações do 5º Encontro Nacional de Inovação na Construção a Seco (Enics) pela fachada do maior cinema de rua do Brasil e do Conselho Regional de Engenharia Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) por destaque da construção civil a seco, consolidando-se como uma das principais referências do setor, no  País.