Elon Musk acusou Donald Trump de estar nos arquivos do caso Jeffrey Epstein, reacendendo discussões sobre o homem que comandou uma rede de exploração sexual de menores nos Estados Unidos. A declaração foi feita nesta quinta-feira (5) através do X (antigo Twitter) do bilionário, em resposta a críticas anteriores do presidente americano.
Time to drop the really big bomb:@realDonaldTrump is in the Epstein files. That is the real reason they have not been made public.
— Elon Musk (@elonmusk) June 5, 2025
Have a nice day, DJT!
"É hora de soltar a bomba realmente grande: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos. Tenham um bom dia", publicou Musk. "Marque esta publicação para o futuro. A verdade virá à tona", acrescentou pouco depois de Trump ameaçar rescindir os contratos do governo estadunidense com as empresas do sul-africano.
Rede de exploração sexual
O FBI identificou que o Jeffrey Epstein pagava centenas de dólares para atrair menores até suas propriedades para atos sexuais entre 2002 e 2005. As vítimas eram incentivadas a recrutar outras garotas, ampliando o ciclo de exploração.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos constatou que mais de 250 menores foram vítimas do empresário. Os abusos aconteciam em várias propriedades de Epstein, incluindo imóveis em Nova York, Novo México, Flórida e uma ilha particular no Caribe.
Documentos judiciais mostram que o bilionário usava sua "riqueza exorbitante" e influência para manter o esquema funcionando por anos. Muitas vítimas afirmaram terem sido forçadas a prestar serviços sexuais não apenas a Epstein, mas também a seus convidados.
Histórico judicial
A polícia de Palm Beach, na Flórida, começou a investigar Epstein em 2005 após receber denúncias de abusos contra menores. Em sua defesa, o empresário disse que os encontros foram consensuais e que acreditava que as participantes tinham no mínimo 18 anos.
Em 2008, ele se declarou culpado de exploração sexual de menores, cumprindo 13 meses de prisão e pagando indenizações às vítimas. Um juiz da Flórida declarou em fevereiro de 2019 que este acordo era ilegal.
Epstein foi preso novamente em julho de 2019, acusado formalmente de abuso de menores e operação de rede de exploração sexual. Os promotores federais defenderam sua prisão preventiva devido ao risco de fuga, considerando sua fortuna, aviões particulares e conexões internacionais.
Em agosto de 2019, Epstein foi encontrado morto em sua cela. A autópsia concluiu que ele cometeu suicídio. Dois dias antes, o empresário havia assinado um testamento transferindo seu patrimônio de mais de US$ 577 milhões para um fundo fiduciário.
Conexões com figuras poderosas
Em fevereiro de 2025, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou novos documentos do caso, incluindo listas de evidências apreendidas e registros de voos em aeronaves particulares de Epstein.
Em 2024, o caso ganhou nova dimensão com a liberação de documentos judiciais que mencionavam mais de 150 pessoas. Estes arquivos fazem parte de um processo por difamação movido por Virginia Giuffre, principal denunciante, contra Ghislaine Maxwell, ex-companheira de Epstein condenada por recrutar menores.
Entre os nomes citados estão o ex-presidente Bill Clinton e o príncipe Andrew da família real britânica. Em depoimento de 2016, uma das vítimas afirmou que Epstein havia comentado que Clinton "gostava de jovens". Um porta-voz do ex-presidente confirmou viagens no avião particular de Epstein, mas negou envolvimento com os "crimes terríveis" cometidos pelo bilionário.
Acusações contra o príncipe Andrew
Uma testemunha relatou que, em 2001, o príncipe Andrew tocou seu seio inapropriadamente durante um encontro na residência de Epstein em Manhattan. O membro da realeza britânica negou qualquer participação nos crimes.
Embora não tenha enfrentado acusações criminais formais, o príncipe Andrew perdeu a maioria de seus títulos reais devido ao escândalo. Em 2023, ele chegou a um acordo extrajudicial com Virginia Giuffre por valor não divulgado, mantendo sua posição de inocência.
Documentos recentes
As aproximadamente 200 páginas de documentos divulgados incluem registros de voos, listas de evidências e nomes de pessoas ligadas a Epstein. Nos registros aparecem diversas personalidades, incluindo anotações referentes a "Donald Trump".
Em dois registros de maio de 1994, o nome de Trump aparece junto ao de outras pessoas, como sua ex-esposa Marla Maples e sua filha Tiffany. Nesses mesmos registros constam as iniciais "JE", que segundo a imprensa americana corresponderiam a "Jeffrey Epstein".
Durante as investigações não surgiram evidências que vinculassem Trump a crimes relacionados a Epstein. Ambos mantiveram amizade entre as décadas de 1990 e 2000.