Mais uma vez o vôlei mineiro chegou ao topo de um torneio nacional, com a vitória do Itambé Minas sobre o ville Vôlei, pelo título da Copa Brasil. O jogo foi eletrizante, com aquela 'síndrome do terceiro set' clássica, mas, dessa vez, favorável ao Minas.

É praticamente impossível não notar a mudança aparente de atitude do Minas dentro de quadra, desde 2020/2021. Talvez esse seja o elenco minastenista mais vibrante, mais enérgico e mais explosivo dos últimos anos, começando pelo banco da comissão técnica e ando por jogadores de cada posição.

O que vi na noite de domingo foi um time que recusou ser derrotado, mesmo após sair atrás nos dois primeiros sets. As mudanças propostas pelo técnico Guilherme Novaes deram certo, e os atacantes corresponderam à altura. Deu para ver na entrevista após a partida, com as lágrimas rolando, como o técnico estava 'engasgado' com os 'quases' do Minas.

Uma final de alto nível contra um adversário qualificado, que fez campanha praticamente impecável. ville Vôlei chegou na elite para ficar. Tudo isso, claro, apesar das lesões e da má condição do ginásio denunciada pelo campeão olímpico Éder após a Superliga.

As pratas da casa: Paulo Vinícius, Samuel, Gustavo Orlando e Kelvi fizeram a diferença. Maique, nem se fala. O líbero é tão consistente no alto nível que às vezes até eu me esqueço de elogiar, de tão acostumada com as atuações. Deu para ver nos olhos do central Kelvi a frustração de não poder estar em quadra quando sofreu uma lesão na coxa. Todo mundo queria estar ali.

Wilian e Abouba também tiveram atuações de gala. Dava até para ouvir a força da mão esquerda do oposto pela televisão. Uma grata recompensa após sequência de lesões que o forçaram a começar a temporada no banco.

Ao longo dos anos acompanhando o voleibol, às vezes a gente acompanha um elenco que simplesmente se encaixa. Estou vendo agora. E viva o voleibol de Minas Gerais.