DRA MEIRA SOUZA

Cefaleia occipital, um problema gravitacional 34232t

Relação entre dor e posição da coluna cervical e da cabeça 4x6a47

Por Meira Souza
Publicado em 24 de maio de 2025 | 07:00
 
 
A coluna cervical e as implicações da projeção da cabeça sobre o corpo Foto: janulla

Já falamos sobre cefaleia matinal e traçamos um de seus caminhos mais comuns, a cefaleia proveniente de distúrbios insulínicos. Existe também a cefaleia occipital, que se inicia na base da nuca e se dirige para a frente da cabeça, podendo atingir a região dos olhos.

Assim como quase tudo em nosso corpo, a cefaleia occipital é um sintoma que pode vir de diversas fontes. No entanto, podemos perceber um quadro que aparece frequentemente com esse sintoma doloroso, a retificação da coluna cervical, que promove a projeção da cabeça para a frente, o que resulta em um peso gravitacional maior do que o corpo pode aguentar.

Pode parecer que não, mas a cada centímetro de projeção da cabeça, aumentamos a percepção de peso pelo corpo em até 14 kg.

O eixo de sustentação da cabeça é a coluna, mas os verdadeiros responsáveis por manter tudo no lugar são os músculos. Essa musculatura, sobrecarregada pelo excesso de peso gravitacional, acaba se mantendo contraída de maneira indevida por longos períodos.

Imporância da musculatura h542n

A própria musculatura, contraída por não ter o a nutrientes e oxigenação adequada, dói. No entanto, existe um motivo particular para que exista outra dor, além da já experienciada pelo músculo.

A compressão dos nervos occipitais, maiores e menores, na base da nuca, gera uma dor que vai além da miofascial, tornando-se neuropática. Essa dor acaba por ser muito mais complexa e comumente não responde aos efeitos dos analgésicos comuns.

Pessoas com essa alteração anatômica podem apresentar distúrbios temporomandibulares, o que comumente leva ao que chamamos de “bruxismo” e até dores de ouvido.

A musculatura do nosso corpo é completamente inter-relacionada. Dores faciais e dores de cabeça exigem um olhar para a condição da coluna cervical, que muitas vezes é a base da desarmonia e, quando negligenciada, impede que tratamentos utilizados cheguem ao resultado esperado.

E isso mantém o paciente em uma condição de uso crônico de medicamentos que não deveriam ser de uso contínuo.

Fisioterapia e exercícios 492a1r

É importante considerar os hábitos da pessoa, a forma como a pessoa trabalha, o uso de computador e de celular, condições que deixam a cabeça muito projetada para a frente, além do uso de travesseiros inadequados, muito altos ou muito baixos. A altura ideal do travesseiro é a distância entre a cabeça e a extremidade do ombro. Também é importante estar atento à maciez do travesseiro: se for muito macio, pode acabar afundando a cabeça e mantendo o problema.

Associar ao tratamento um condicionamento muscular por meio de fisioterapia ou exercícios físicos adequados pode muitas vezes ser a chave para resolver um problema que comumente parece ter uma solução apenas com medicamentos muito intensos e de uso crônico. Caso sinta essa dor, vale ficar atento e buscar outras opções antes de se comprometer com uso crônico de algo que pode até gerar dependência.