Como envelhecer lúcido?
Saúde integral, cuidando do corpo e do intelecto
Queremos viver muito e queremos viver bem.
Muito mais que ter saúde, desejamos qualificar a nossa existência tornando seres mais potentes e afastando degenerações físicas e cognitivas.
Precisamos pensar em funcionalidade.
O que você gostaria de fazer e como gostaria de estar aos 80, 90, 100 anos?
Não basta viver muitos anos, é preciso estar lúcido no tempo que estivermos por aqui.
Estamos evoluindo para entender que para vivermos muito e bem, precisamos comer menos e melhor, sabemos que fazer atividade física precisa estar na nossa rotina.
Mas percebo que ainda precisamos compreender e praticar mais o que pode manter o nosso cérebro mais jovem.
Alguns aspectos destes pacientes chamam atenção: são bem-humorados, são interessados e envolvidos com várias coisas. Tem coragem de aprender coisas novas,
Não são acomodados, aceitam novos desafios.
De modo geral, damos muita atenção para ações físicas e subestimamos o impacto das atividades intelectuais em nossa vida. Entendemos que elas são importantes para nos tornarmos seres humanos inteligentes, mas elas vão muito além disso.
Quando estimulamos nosso cérebro com atividades intelectuais, sejam elas de leitura, conversação ou até mesmo jogos que estimulem o raciocínio lógico, permitimos que nosso cérebro a criação de novos caminhos neurais, ou seja mais caminhos para a transmissão de informação dentro de nossa estrutura cerebral.
Por que isso é importante?
Apesar de desejarmos ao máximo evitar lesões, principalmente cerebrais, em alguns momentos isso pode ser muito difícil de prevenir, principalmente se o histórico de saúde anterior não for dos melhores.
Ter um cérebro potente e com diversos caminhos neurais permite que ele “contorne” o problema e mesmo em caso de doenças degenerativas, isso não se manifesta.
Um dos casos mais populares, para ilustrar o que quero dizer é o das freiras da Escola de Notre Dame.
Este caso específico é ótimo para ilustrar, pois era um grupo de controle fácil, visto que as freiras ficavam, em sua grande maioria, enclausuradas.
Uma das freiras em especial era referida como alguém muito presente em momentos de conversação, era uma ávida leitora e se envolvia muito intimamente com atividades que exigiam dela um constante aprendizado, faleceu bem velhinha e absolutamente lúcida.
Após sua morte, seu cérebro foi aberto para ser estudado e foram identificadas lesões significativas em áreas que indicavam Alzheimer, no entanto, a doença jamais se manifestou.
O que podemos concluir a partir disso? Que o cérebro dela tinha conexões neurais o suficiente para conectar as áreas de memória e comunicação a um ponto que “contornou” as doenças e lesões, mesmo com a presença delas.
Ou seja, para envelhecermos bem, é necessário ir além do físico, é necessário bom humor, capacidade de enfrentamento e busca ativa por desafios e intelectualização.