Sinais do crime organizado em BH
O suposto toque de recolher do Comando Vermelho no Morro das Pedras, na capital, sinaliza a penetração de facções criminosas em Minas Gerais
O suposto toque de recolher do Comando Vermelho (CV) no Morro das Pedras, em Belo Horizonte, sinaliza a penetração do crime organizado no Estado. Esse movimento vem sendo reportado pelas forças de segurança mineiras nos últimos anos. Grandes facções de Rio e São Paulo têm visto, em Minas, uma oportunidade para expandir seus domínios.
Dominar cada vez mais territórios é estratégia básica do tráfico de drogas, e Minas Gerais tem sido alvo das maiores facções do país. Essa disputa por pontos de venda de drogas é o principal motivo dos homicídios registrados no Estado e no Brasil.
As facções buscam aplicar no território mineiro o mesmo modo de agir visto nos outros Estados. Infiltram-se em atividades econômicas lícitas para camuflar a origem ilícita do dinheiro. Oferecem serviços irregulares de telefonia e segurança às comunidades como forma de controle.
Em apenas uma operação das forças de segurança contra o crime organizado em Minas, em novembro, foram bloqueados R$ 345 milhões de uma célula do Terceiro Comando Puro (T), facção originária do Rio de Janeiro.
A supressão dessas facções deve acontecer na raiz do problema. O avanço do crime organizado em Minas Gerais é uma ameaça grave, que demanda ação imediata e deve ser pauta constante nos Três Poderes estaduais.
Políticas de segurança devem se concentrar na integração entre as forças policiais, fortalecendo investigações e patrulhamento. Além disso, é crucial investir em tecnologia para monitoramento e inteligência artificial. As ações devem sempre ter caráter integrado, entre as polícias estaduais e federal, o Exército e o Ministério público, dada a complexidade das estruturas das facções.
Do ponto de vista jurídico, penas mais severas para crimes graves e agilidade na Justiça são essenciais para desmantelar essas organizações criminosas e garantir a segurança da população.
É nos vácuos da inação do Estado que os cidadãos se tornam reféns do crime, dentro ou fora de suas casas.