Nova atitude ambiental do Brasil mostra resultados
Desmatamento caiu 32,4%, e, pela primeira vez em seis anos, houve retração ou estabilidade em todos os biomas
A busca de uma relação mais sustentável com o meio ambiente começa a mostrar resultados. Conforme relatório do MapBiomas divulgado na semana ada, a área de desmatamento no Brasil caiu 32,4% em um ano. E, pela primeira vez em seis anos, houve retração ou estabilidade em todos os biomas nacionais.
O volume da área desmatada caiu de 1,83 milhão de hectares para 1,2 milhão de hectares. A diferença em vegetação preservada equivale a 18 vezes a área de uma cidade como Belo Horizonte. Minas Gerais respondeu por 38,16 mil hectares desmatados, uma queda de 49% em relação ao ano anterior.
Cerrado
Pelo segundo ano seguido, o Cerrado foi a área mais atingida pela perda de cobertura vegetal, respondendo por 52,5% de todo o desmatamento em 2024. Em Minas Gerais, esse bioma responde por 54% da cobertura vegetal, e, segundo o MapBiomas, o desmatamento atingiu uma área de 27,63 mil hectares de cerrado – o equivalente a 39 mil campos de futebol oficiais.
No caso da Mata Atlântica, a estabilidade (a ligeira alta de 2% em relação ao ano anterior é considerada manutenção pelos critérios do estudo divulgado) esteve muito relacionada aos eventos climáticos extremos, principalmente as enchentes no Rio Grande do Sul.
Agricultura
Um ponto a se destacar nos dados apurados é que a queda está, em parte, relacionada ao início de uma nova cultura de relação com o meio ambiente. Por exemplo, a adoção por parte de bancos de critérios contra concessão de crédito para propriedades que não comprovem controle de queimadas, bem como a de práticas sustentáveis na produção agrícola, como o crescimento da agricultura regenerativa – que prevê preservação do solo e multiplicação da biodiversidade, garantido maior produtividade e proteção contra mudanças climáticas abruptas.
Conciliar políticas públicas e ações privadas em prol da conservação ambiental é uma receita efetiva de combate ao desmatamento e, também, de melhoria do desenvolvimento econômico sem agravar os efeitos do aquecimento global.