No Brasil, fazer o bem pode te deixar em apuros. Segundo o estudo World Giving Index, 6 em cada 10 brasileiros costumam oferecer ajuda a desconhecidos em um momento de necessidade. No entanto, criminosos estão se aproveitando da solidariedade do brasileiro para aplicar golpes.
O Golpe do Pix errado está se espalhando pelo país, afetando o bolso de pessoas honestas e usando de má fé o Mecanismo Especial de Devolução (MED), desenvolvido pelo Banco Central. Essa tática teve um alarmante crescimento de mais de 1.000% no último mês na plataforma SOS Golpe, serviço de e gratuito à vítimas de golpes da Silverguard.
O golpe do Pix errado começa quando o criminoso faz uma transferência para uma conta com chave Pix vinculada a um número de celular.
Logo depois, ele entra em contato com a vítima (geralmente pelo WhatsApp), alegando ter cometido um erro e pedindo que a pessoa devolva o dinheiro imediatamente. O golpista usa como desculpa a necessidade urgente do dinheiro ou cria uma situação emocional para pressionar a vítima a devolver rapidamente o valor.
Importante: o golpista pede que a devolução seja feita para uma conta diferente da original. Isso é feito para dificultar o rastreamento da fraude no futuro.
Acreditando e se comovendo com a história, a vítima devolve o valor para a nova conta e cai no golpe.
Em seguida, o golpista aciona o Mecanismo Especial de Devolução do Pix obtendo a devolução duplicada: o Pix que ele fez mais o Pix que a vítima enviou para outra conta.
O Mecanismo Especial de Devolução foi feito justamente para ajudar vítimas de golpe, mas nesse caso, a ferramenta é usada pelo próprio golpista.
(*) Marcia Netto é especialista em proteção financeira digital e CEO da SSilverguard