Silverguard

Golpistas armados com Inteligência Artificial

Deepfake simula voz e imagem de conhecidos para confundir vítimas

Por Marcia Netto
Publicado em 27 de fevereiro de 2024 | 13:36

Que a Inteligência Artificial (IA) está mudando a forma como a gente vive, trabalha e se relaciona você já sabe. E como toda tecnologia poderosa, ela também tem seu "dark side" e está sendo usada para impulsionar golpes e crimes digitais de uma forma ainda pouco conhecida.

Imagine essa cena: você recebe uma chamada no WhatsApp da sua filha, que vive em outra cidade. Ela fala sobre o trabalho e diz que precisa pagar uma conta urgente. Sugere um vídeo para explicar melhor. Após a conversa, você transfere R$10.000,00 via Pix para ajudá-la. Horas depois, descobre que não era sua filha na chamada, mas alguém (ou até mesmo um robô) imitando sua voz e rosto. Parece enredo de filme de ficção, né? Mas já faz parte da nossa realidade.

Chamamos a situação acima de um golpe de deepfake, em português "falsificação profunda", que é quando o golpista usa inteligência artificial para substituir a voz de uma pessoa em um áudio ou o rosto em um vídeo, inclusive com movimento dos lábios. A tecnologia que ficou famosa por produzir conteúdo cômico de personalidades famosas, como o ex-presidente americano Barack Obama cantando rap e o papa Francisco fashion nas ruas de Roma, está sendo usada para cometer crimes.

De 2022 a 2023, as fraudes com inteligência artificial cresceram 830% no Brasil.

A IA já é uma nova ferramenta de trabalho dos golpistas e precisamos entendê-la para não cair em armadilhas.

De acordo com o Relatório de Fraude de Identidade 2023 da Sumsub, o Brasil registra o maior número de casos de deepfake na América Latina, representando aproximadamente metade de todos os incidentes relatados. De 2022 a 2023, as fraudes com inteligência artificial cresceram 830% no país. No SOS Golpe, serviço gratuito de e a vítimas de golpes e crimes digitais da Silverguard, observamos que a Inteligência Artificial aparece como ferramenta de e a golpes já conhecidos.

É o que conta também o cofundador do Site Confiável, Alessandro Fontes. Para ele, os meios e os recursos são outros, mas os golpes e as fraudes são sempre as mesmas, porém com novos contextos e abordagens. E como se proteger?

Aprender sobre segurança financeira digital é essencial, quase como um superpoder dessa nova era digital. Separei algumas dicas práticas para você se proteger:

  1. Fique esperto com o sensacionalismo: Desconfie de mensagens bombásticas ou que mexam com suas emoções, seja despertando curiosidade, medo, urgência, ou promessas de ganhos incríveis. Esses são truques clássicos para te pegar.
  2. Desconfie de contatos inesperados: Se alguém te procurar do nada com uma "oportunidade única", um produto milagroso, dinheiro "esquecido" ou qualquer outra promessa, ligue seu alerta vermelho. Lembre-se, isso não é comum e pode ser uma armadilha.
  3. Verifique antes de agir: Se a história envolver dinheiro, dados pessoais ou clicar em links, pare e pense. Peça conselhos a amigos, família ou até mesmo a profissionais. Por exemplo, se um suposto gerente do banco te liga sobre uma transação suspeita, não tome ações imediatas. Ligue para o número oficial do banco ou visite a agência para confirmar a história.

Se você, assim como eu, ficou com um friozinho na barriga depois de ler esse artigo, não se preocupe, você não está só. Se você ou alguém próximo caiu em um golpe digital, estamos aqui para ajudar. No SOS Golpe, oferecemos e gratuito e te guiamos com um o a o detalhado para tentar recuperar seu dinheiro.

(*) Marcia Netto é  especialista em proteção financeira digital e CEO da Silverguard