A prática de atividades físicas é reconhecidamente uma necessidade de saúde pública. Apesar disso, muitos ainda não praticam exercícios regularmente. E para isso mudar, mais que de incentivos familiares ou médicos, precisamos de políticas públicas efetivas.
Quando realizada ao ar livre, a atividade física proporciona benefícios adicionais à saúde física e mental. A exposição à luz solar e o contato com a natureza aumentam o bem-estar e reduzem o estresse e a ansiedade. Além disso, exercícios ao ar livre são mais prazerosos, favorecendo a adesão à prática.
A ocupação dos espaços públicos para práticas esportivas tem se consolidado como estratégia fundamental para promover saúde e qualidade de vida, especialmente em grandes centros urbanos, como Belo Horizonte. Com sua rede de parques, praças, ciclovias e áreas verdes, a capital mineira oferece condições para um estilo de vida mais ativo e conectado com o espaço urbano.
Isso exige integração entre saúde, educação, urbanismo, transporte, meio ambiente e segurança. De nada adianta termos locais como a lagoa da Pampulha se o medo de um assalto afasta os frequentadores. Também não podemos permitir a concentração de atividades em apenas uma ou duas regionais. É necessário um planejamento urbano comprometido, com investimentos contínuos em infraestrutura e revitalização de áreas degradadas.
Belo Horizonte tem avançado significativamente, com eventos como a Meia-Maratona, já entre as cinco maiores do país, com mais de 20 mil participantes em sua última edição. Porém, enfrentamos vários desafios e precisamos olhar para isso com carinho.
Ao observarmos cidades que obtiveram sucesso na transformação de seus espaços urbanos em ambientes propícios à atividade física, Curitiba se destaca como exemplo nacional. Com seus quase 300 km de ciclovias, praticamente o triplo das de BH, e dezenas de parques urbanos integrados, a capital paranaense oferta 85 modalidades de atividades gratuitas e inclusivas, com professores especializados, em dez núcleos regionais, alcançando todos os bairros da cidade. O resultado foi uma transformação não apenas na saúde pública, mas também na mobilidade urbana, na inclusão social e na qualidade de vida da população.
Como professor de educação física, testemunhei o poder transformador do esporte em centenas de vidas. Em 2007, idealizei o projeto Academia Móvel, que hoje oferece aulas gratuitas em dez praças, com atividades como alongamento, dança, reforço muscular e exercícios funcionais, sempre com profissionais qualificados. Essa iniciativa atende mensalmente mais de mil pessoas sem o a academias particulares, especialmente na região do Barreiro.
Como parlamentar, já destinei mais de R$ 1 milhão para reforma e revitalização de praças, campos e quadras. Eu sei que o simples fato de existirem parques não garante o engajamento da população. É preciso que sejam íveis, bem-cuidados e equipados para atender pessoas de todas as idades, níveis físicos e condições socioeconômicas.
Convido cada cidadão a refletir sobre seu bem-estar. Não são necessários equipamentos sofisticados – uma caminhada de 30 minutos diários já produz efeitos significativos para a saúde. Utilize os espaços públicos da cidade, participe das atividades da Academia Móvel, organize grupos de caminhada com seus vizinhos. Transforme o movimento em hábito.
A cidade que queremos – mais saudável, ativa e feliz – começa com cada o que damos. O poder público tem o dever de garantir que esses os possam ser dados em ambientes seguros, íveis e adequados para todos. Garantir o a espaços de convivência e movimento é mais do que uma política pública: é um compromisso com o futuro. Seguirei firme no compromisso de incentivar a prática de atividades físicas e buscar melhorias na infraestrutura dos espaços públicos.
Ocupe o seu espaço e mantenha-se sempre em movimento