PERNAMBUCO

João Campos dá início a segundo mandato no Recife após votação recorde e reeleição histórica

Herdeiro de família com tradição política, João Campos é queridinho do público cronicamente online e da população recifense que o reelegeu com 78% dos votos

Por Lara Alves
Atualizado em 01 de janeiro de 2025 | 18:26

BRASÍLIA — Eleito com votação recorde na história do Recife, João Campos (PSB) inicia o segundo mandato à frente da prefeitura da capital pernambucana em um movimento para firmar a aprovação de sua istração na cidade e consolidar a estratégia que poderá impulsioná-lo à política nacional — se fortalecendo para concorrer ao governo de Pernambuco e até à presidência da República, como pretendeu o pai Eduardo Campos em 2014.

Campos compareceu à cerimônia nesta quarta-feira (1º) cercado pela namorada, a deputada federal Tabata Amaral (PSB), e pelo irmão, o também deputado Pedro Campos (PSB), que participaram do ato e estiveram com ele e o vice Victor Marques (PCdoB) na do termo de compromisso. Em uma declaração com longas referências à família, e principalmente ao pai Eduardo Campos, João endossou promessas feitas durante a corrida eleitoral, com a expansão do número de vagas nas creches municipais e a inauguração do Hospital da Criança. Ele também se comprometeu com a ampliação dos serviços de atenção básica.

Campos não deixou de acenar aos aliados que compam a frente progressista em apoio à candidatura dele, mas declarou que é hora de manter o Recife unido. “Não podemos permitir que a intolerância crie abismos que separem as pessoas das pessoas. A vida não se materializa entre polos”, afirmou.

Único nome do PSB na liderança de uma capital, ele alcançou cerca de 725 mil votos nas eleições de outubro e abocanhou a reeleição ainda em primeiro turno. Campos uniu aliados de 11 partidos para a corrida eleitoral, de siglas progressistas às de centro, e com 78,11% dos votos válidos derrotou o adversário Gilson Machado (PL).

Uma forte estratégia online amplificou o apoio a João e atraiu para ele milhares de seguidores. À popularidade virtual se somaram as muitas divulgações de programas e projetos que surgiram durante o primeiro mandato. As ações reverteram em grande aceitação entre os eleitores recifenses e garantiram a ele taxa de aprovação de 80% entre a população da capital.

Em quatro anos de mandato, João Campos criou o Projeto Orla Parque, para remodelar a orla de Recife e garantir investimentos em segurança, iluminação e infraestrutura. Ele também investiu em obras na cidade e ampliou o número de vagas em creches com parcerias público-privadas. Também organizou mutirões para reduzir filas de espera na saúde pública e reformou 127 espaços.

Além da cerimônia que marcou o início do segundo mandato do prefeito do PSB, a capital pernambucana também empossou os vereadores da Câmara Municipal de Recife, que, aliás, promete facilitar o governo de João Campos. Vinte e seis dos 37 vereadores são de partidos aliados do prefeito — 15 do PSB, e a oposição acumula apenas 11 cadeiras. O cenário é parecido com o do primeiro mandato de João. A formatação da câmara municipal garante maioria ao prefeito.

A composição do grupo que dirigirá a Câmara também é favorável à istração do Executivo. Vereadores decidiram pela reeleição do presidente do Legislativo, Romerinho Jatobá, que é correligionário de João Campos. Com a manutenção dele no cargo, o PSB terá quatro entre os sete nomes que compõem a mesa diretora — além da Jatobá, o partido conseguiu eleger Zé Neto (PSB) para a primeira vice-presidência, Aderaldo Pinto (PSB) para a terceira vice-presidência e Eriberto Rafael (PSB). O Republicanos responderá pela segunda vice-presidência com a vereadora Ana Lúcia; o PCdoB terá a segunda secretaria com Cida Pedrosa, e o PL a terceira com Fred Ferreira.

A relação de Campos com a Câmara do Recife não se restringe aí. O prefeito decidiu tornar o vereador Marco Aurélio Filho (PV) seu secretário de Direitos Humanos. A vereadora Andreza Romero (PSB) assumirá a chefia do Gabinete de Proteção dos Direitos dos Animais.