A secretária de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Luísa Barreto (Novo), vai deixar o cargo apenas três meses depois de reassumir o posto no governo de Romeu Zema (Novo). A saída deve ser formalizada nos próximos dias no Diário Oficial do Estado. A informação foi dada pelo site O Fator e confirmada por O TEMPO nesta segunda-feira (20 de janeiro).
O desembarque de Luísa era especulado desde que ela retornou à Secretaria de Planejamento e Gestão após as eleições municipais de Belo Horizonte. A secretária se desincompatibilizou para ser candidata a vice-prefeita do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos). Ela reassumiu a secretaria 15 dias após a derrota, entre o 1º e 2º turno.
Luísa antecipou o retorno à Seplag porque a repactuação do acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, região Central, era iminente. Na ocasião, a secretária, que esteve à frente das negociações na Seplag, teria dito a pessoas próximas que fazia questão de estar presente na celebração do acordo.
A eleição municipal desgastou a relação entre Luísa e o Novo. A princípio, a secretária queria ser cabeça de chapa, mas o partido era reticente quanto à candidatura própria em razão do mau desempenho dela nas pesquisas eleitorais. O entorno de Zema não queria que a fatura de uma eventual derrota caísse na conta do governador.
Quando Luísa ainda era pré-candidata, Zema pontuou que a secretária era um “excelente nome”, mas pontuou que a “pesquisa” e as “alianças” definiriam se ela seria, de fato, candidata ou não. “E temos bons candidatos para a PBH. O melhor será feito”, disse, durante uma agenda em Lagoa Santa, região metropolitana.
Àquela altura, o governo Zema e o Novo costuraram um acordo com o Republicanos para apoiar Tramonte, que, à época, liderava as pesquisas de intenções de voto para a PBH. Então, Luísa teve que abrir mão da cabeça de chapa e se tornou a candidata a vice-prefeita.
Desde que assumiu a secretaria pela primeira vez, Luísa acumula desgastes com categorias de servidores, principalmente da segurança pública. Isso porque, desde o primeiro mandato de Zema, iniciado em 2019, o governo deu apenas duas recomposições salariais ao funcionalismo, uma em 2022, de 10,06%, e outra no ano ado, de 4,62%.
Luísa era um dos principais quadros do primeiro escalão de Zema, onde estava desde o primeiro mandato do governador. A influência da secretária ultraava a Seplag, por exemplo. À frente da pasta, que assumiu depois de deixar a presidência da Emater, ela indicava servidores para outras pastas a pedido dos pares.
A saída de Luísa é a terceira alteração no secretariado de Zema em um ano. Em fevereiro de 2024, o então secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, pediu para deixar o cargo. Depois, foi a vez da então secretária de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá. Procurada, a secretária de Planejamento e Gestão não atendeu às tentativas de contato. O espaço segue aberto.