PARA O GOVERNO DE MINAS

‘Não vai ter divisão da direita em 2026’, diz Pablo Almeida sobre Nikolas, Cleitinho e Simões

Vereador mais votado da história de BH defende unidade da direita, projeta fortalecimento do PL em 2026 e não descarta disputar vaga como deputado

Por Letícia Fontes e Mariana Cavalcanti
Atualizado em 28 de maio de 2025 | 10:40

O vereador Pablo Almeida (PL), o mais votado da história de Belo Horizonte com quase 40 mil votos em 2024, garantiu que não haverá divisão no campo da direita mineira nas eleições de 2026. Em entrevista ao programa Café com Política, do jornal O TEMPO, nesta quarta-feira (28), ele disse que há entendimento e diálogo entre os principais nomes do espectro conservador em Minas, incluindo o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), o senador Cleitinho (Republicanos) e o vice-governador Mateus Simões (Novo).

“Não existe divisão na direita. Se o Cleitinho for o candidato mais viável, com toda certeza a direita irá apoiar. Se o Nikolas for, ele terá o apoio do Cleitinho também. Ambos caminharão juntos”, afirmou o vereador, que foi assessor e chefe de gabinete de Nikolas, a quem chama de seu “padrinho político”.

Pablo Almeida afirmou ainda que a composição do campo conservador em Minas está em construção, e que todas as possibilidades estão em aberto, incluindo uma eventual aliança com o vice-governador Mateus Simões. Segundo ele, o PL pode apoiar o atual vice de Romeu Zema (Novo) para o governo estadual, dependendo das articulações futuras.

“Acredito que Mateus Simões é um candidato viável. Pode, sim, haver uma chapa com ele, com Cleitinho, com Nikolas. Estamos analisando os cenários”, afirmou.

Disputa do PL no Senado

O parlamentar também comentou as movimentações do PL e do grupo bolsonarista em relação à disputa pelo Senado, enfatizando que a escolha do nome ará por Jair Bolsonaro. A declaração acontece em meio a uma disputa interna no PL para a definição de quem será o nome do partido na corrida pelo Senado no ano que vem. Embora duas vagas estejam em disputa por Minas Gerais nas eleições de 2026, conforme permite a legislação eleitoral, o PL, como O TEMPO já antecipou, pretende lançar apenas um candidato ao cargo

“Essa decisão será exclusivamente do presidente Bolsonaro. Nós vamos seguir com a pessoa que ele escolher, porque é preciso colocar um número forte de senadores lá”, disse Pablo Almeida. Atualmente, pelo menos quatro nomes disputam a preferência da legenda: o deputado estadual Cristiano Caporezzo, os deputados federais Domingos Sávio e Eros Biondini e o vereador de Belo Horizonte Vile Santos.

Para Pablo, o Senado deve ser a instituição capaz de conter o que ele considera “excessos do STF”. Ele defendeu o fortalecimento da bancada conservadora para viabilizar Is e até investigar ministros da Corte. “Precisamos dar uma resposta ao STF. A única instituição cabível dentro da nossa democracia para isso é o Senado. E hoje nem isso temos”, criticou.

Tarcísio, Zema e a presidência

Sobre a corrida presidencial de 2026, o vereador reforçou sua lealdade a Jair Bolsonaro, mesmo com o ex-presidente inelegível. “Hoje eu tenho três candidatos: Jair, Messias e Bolsonaro”, ironizou. Para ele, a condenação de Bolsonaro é uma “narrativa que não se sustenta” e reflete uma “interpretação ideológica da Constituição”.

Ele afirmou, entretanto, que vê como legítimas as movimentações de nomes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), mas acredita que ambos reconhecem a liderança de Bolsonaro. “Tarcísio sempre diz que o candidato dele é o Bolsonaro. Zema pode até se colocar como vice. Mas a maior viabilidade ainda é do nosso presidente, que sangrou por essa nação.”

Conjecturas para 2026 e relação com Bruno Engler

Alvo de especulações para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas ou até na Câmara dos Deputados, Pablo Almeida diz que o foco atual é o mandato em Belo Horizonte, mas não descarta uma candidatura. “Se isso acontecer, será uma resposta da população. Pode ser para deputado federal, estadual, ou qualquer outro cargo. Mas também depende do que Nikolas decidir”, afirmou, indicando que pode até substituí-lo, caso Nikolas dispute o governo de Minas.

Questionado sobre a relação com o deputado estadual Bruno Engler (PL), que já foi aliado próximo de Nikolas e pode disputar espaço em 2026, Pablo evitou falar em distanciamento, mas reconheceu mudanças na conjuntura política. “Não digo distanciamento, digo alinhamento de propósitos. Eu sempre estive muito mais próximo do Nikolas, que é meu líder político. O Bruno tem força, construiu um grupo próprio e é legítimo. Mas o nosso grupo é outro”, declarou.