PL VAI VIRAR BASE?

Pablo Almeida diz que PL pode se aproximar da Prefeitura, mas cobra ‘sinalização maior’ de Damião

Vereador mais votado de BH elogia escolha de secretários, afirma que relação é de independência e nega que nomeação de suplente tenha sido acordo com partido

Por Letícia Fontes e Mariana Cavalcanti
Atualizado em 28 de maio de 2025 | 11:08

O vereador Pablo Almeida (PL) afirmou que tem se surpreendido positivamente com algumas decisões do prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), e itiu que o Partido Liberal pode se aproximar do Executivo municipal. No entanto, segundo ele, essa aproximação depende de uma sinalização mais clara da Prefeitura em relação aos valores e princípios defendidos pela legenda.

“Não digo que sou a favor de tudo que ele está fazendo, mas nós temos uma prefeitura que está aberta ao diálogo. Isso eu não posso reclamar em relação ao Álvaro”, declarou Pablo durante entrevista ao programa Café com Política, do jornal O TEMPO, nesta quarta-feira (28 de maio).

Almeida destacou como positiva, por exemplo, a nomeação do secretário de Segurança, que, segundo ele, tem atuado de forma técnica e comprometida. Por outro lado, reforçou que o PL permanece como bancada independente. “Nós não vamos fazer oposição por oposição. Se vier coisa boa do Executivo, a gente vota a favor. Se vier coisa que fere nossos princípios, a gente vota contra.”

Para que o PL integre a base do governo, afirmou o vereador, seria necessário um comprometimento maior da Prefeitura com as bandeiras defendidas pelo partido. “O PL não está preocupado com cargos. Está preocupado com os princípios e valores que a gente acredita”, ressaltou.

Nomeação de suplente e suposto mal-estar interno

Questionado sobre a nomeação da suplente Day Dias (PL) para um cargo na istração municipal, Pablo negou que a indicação tenha sido do partido. “Foi uma nomeação de livre e espontânea vontade do prefeito. Não houve consulta à bancada”, garantiu. Segundo ele, se houvesse articulação partidária, a indicação teria maior peso político.

O vereador também refutou rumores de mal-estar interno por causa de vereadores do PL com atuação mais próxima ao Executivo, como Marilda Portela e Cláudio do Mundo Novo. “Eles têm mais proximidade por estarem na estrutura anterior, mas isso não quer dizer que são base. A bancada é unida e forte”, afirmou.

Juliano Lopes e embates ideológicos na Câmara

Pablo também comentou, ainda, o papel do presidente da Câmara, Juliano Lopes (Agir), e elogiou sua condução à frente da Casa. Segundo ele, os acordos firmados com a presidência estão sendo cumpridos. “O nosso acordo é liberdade de pauta. Ele tem honrado esse compromisso.” Pablo é secretário-geral da Câmara Municipal, na chapa de Juliano Lopes.

Acusado por setores da esquerda de privilegiar a direita nas pautas em plenário, Juliano foi defendido por Pablo. “Mais uma fake news da esquerda. Todos os projetos am pelo mesmo trâmite. Se forem inconstitucionais, não avançam. Eu mesmo já retirei projetos por esse motivo”, disse.

Já sobre as queixas de que projetos da oposição ficam retidos na Comissão de Legislação e Justiça (CLJ), o vereador argumentou que o PL não tem maioria na comissão e reforçou que as decisões são técnicas. “A CLJ analisa constitucionalidade, legalidade e regimentalidade. Não o mérito do projeto.”