O senador Carlos Viana (Podemos) afirmou que não acredita na união da direita nas eleições em 2026 tanto em âmbito estadual quanto no cenário nacional. De acordo com o senador, que já foi aliado de Bolsonaro, o ex-presidente, apesar de ser uma “peça importante”, “já deu o que tinha que dar”. Viana fez uma análise sobre o próximo pleito durante entrevista ao programa Café com Polícia, exibido no canal no YouTube de O TEMPO nesta terça-feira (10 de junho).
Para o senador, a direita deve encontrar dificuldades em construir uma candidatura única para disputar o pleito majoritário no próximo ano por conta das diferentes divisões internas. Conforme Viana, apesar de ser uma “peça importante” para o bloco da direita, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não terá condições de liderar no próximo ano.
“Bolsonaro ainda é uma peça fundamental para um bloco de direita, mas ele, sozinho, não tem mais a força que tinha antes. E, a meu ver, a situação ficou mais delicada depois dessa fuga da deputada Carla Zambelli”, cita.
Conforme Viana, o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama de golpe de Estado em 2022 pode ter reflexos no desempenho do ex-presidente Bolsonaro. Desta forma, ele defende que a direita ofereça um “novo programa” para a população, em uma política que busque consensos.
“Eu acho que o Bolsonaro já deu o que tinha que dar. O Bolsonaro já fez a contribuição dele. Nós precisamos de um novo projeto. Eu fui vice-líder do Bolsonaro por três anos. Conheço de perto o ex-presidente, sei da boa intenção dele muitas vezes, mas penso que houve um desgaste muito grande que nós agora temos que buscar uma nova saída”, defende o senador.
Viana já foi aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2022, trocou o MDB pelo PL para concorrer ao cargo de governador de Minas Gerais. Na época, ele explicou que a mudança se deu depois de uma articulação feita pelo ex-presidente. Em 2023, entretanto, migrou para o Podemos com a justificativa de “mais espaço em Minas".
Para o senador, a abertura da direita para outros projetos pode dar espaço para novos nomes para disputar a presidência da República em 2026. Ele cita, como exemplo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
“A meu ver, não haverá um bloco único de direita nas eleições do ano que vem para enfrentar o presidente Lula. Naturalmente, no meu grupo, que é centro-direita, nós vamos primeiro aguardar para ver qual o cenário que nós teremos daqui para frente”, diz.