Criticado por não ter trajetória em Belo Horizonte e alvo de uma ação que contesta sua residência na capital mineira, o vereador Lucas Ganem (Pode) rebateu o rótulo de “forasteiro” e saiu em defesa de seu grupo político - formado por familiares com mandatos em São Paulo. Natural da capital paulista, Ganem também é questionado por empregar, em seu gabinete na Câmara Municipal, integrantes de fora de Belo Horizonte. Em entrevista ao programa Café com Política, exibido nesta segunda-feira (2 de junho) pelo canal O TEMPO, ele respondeu às críticas e reforçou a legitimidade de sua atuação. 

“Eu tenho assessores belo-horizontinos, inclusive, muito bons assessores. O meu assessor de mídias é belo-horizontino, minha atendente também é belo-horizontina. Eu não quero saber de onde que o pessoal é. Eu quero que o trabalho flua. Ninguém tem cadeira cativa, independentemente de onde você é. O importante é que a gente consiga trabalhar", defendeu o vereador, que rebateu o processo de cassação movido pelo suplente e sua presença na Câmara Municipal. 

“Eu me identifiquei muito com Belo Horizonte. Eu gostei muito da população. Eu gosto muito da cultura. Eu já havia visitado Minas Gerais em outros momentos da minha vida e eu quis vir para cá com o objetivo de poder seguir minha vida por Belo Horizonte mesmo", destacou.

Com quase 30 mil seguidores no Instagram, o parlamentar negou priorizar as redes sociais e afirmou que seu foco é “o contato direto com a população”. “Eu trabalhei bastante e sou muito feliz. Esses 10.753 votos não vieram à toa, eles foram conquistados”, avaliou. “A gente identifica nas nossas análises que as necessidades, na maioria das vezes, são necessidades que têm em outros locais. Minhas pautas são nacionais, os problemas que nós temos aqui, nós temos em outras cidades, nos outros Estados”, completou. 

O vereador ainda disse ter sido bem recebido pelos vereadores da Casa apesar de não estar ligado a um grupo político mineiro e reforçou sua fidelidade à “Família Ganem”. “Eu acho que a questão do grupo é uma estratégia e uma estratégia muito boa, interessante. Mas hoje meu grupo é o grupo Ganem, é o grupo da minha vida, grupo que eu vou seguir e vestir a camisa até o final”, reforçou. 

Ganem também afirmou que pretende continuar no Podemos - partido que deve se fundir com o PSDB - e manter sua atuação política em Minas Gerais. "Todos os integrantes do nosso grupo fazem parte do Podemos. Não que isso seja um pré-requisito, mas eles fazem. Então, o meu primo deputado federal Bruno Ganem é do Podemos. A minha mãe é vereadora de São Paulo [Simone Ganem], ela é do Podemos, minha tia [Clarice Ganem] deputada estadual por São Paulo é do Podemos também. Então, a gente tem um contato muito bom dentro do partido. Eu sou muito grato a esse partido, eu amo muito poder fazer parte do Podemos hoje”.    

Depende do partido, no entanto, a decisão de se candidatar no ano que vem para outro cargo, segundo o vereador. “Eu estou muito feliz como vereador de Belo Horizonte. Se dentro de uma construção fizer sentido eu ser candidato, assim o farei hoje. Eu, na posição que eu estou, estou muito feliz. Eu vejo que a Câmara é uma escola, então, tenho muito a aprender. Cada dia eu aprendo mais, estou mais próximo da população como vereador do que como deputado. Então, vai depender muito de uma construção partidária”.

Relação com o Podemos e Família Aro

Questionado sobre sua relação com o Podemos por conta do voto à presidência durante a eleição da Mesa Diretora, Ganem itiu que houve, sim, pressão para que ele votasse no correligionário Juliano Lopes (Podemos). O vereador, no entanto, afirmou que atualmente possui uma boa relação com a chamada "Família Aro" e com a legenda. 

"Pressão tem. Mas eu preciso seguir o que a população espera de mim. Eu preciso seguir o meu viés político, os meus ideais. Mas hoje nosso presidente é o professor Juliano Lopes. É a ele que eu devo respeito, devo saudá-lo como presidente da Câmara", destacou Ganem, que afirmou ainda a intenção de permanecer filiado ao Podemos. 

"Eu sou muito grato ao Podemos, principalmente, por ter me dado a legenda, por ter me dado a possibilidade de disputar essa campanha. Tenho uma boa relação com a nossa presidente nacional, a Renata Abreu. Tenho uma boa relação com os outros, porque todos os integrantes do nosso grupo fazem parte do Podemos. Não que isso seja um pré-requisito, mas eles fazem. A gente tem um contato muito bom dentro do partido", completou o vereador.