PL quer evitar erros de 2022 e acelerar definições de acordos para 2026 em Minas

O PL, partido que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro entre os seus filiados, quer evitar que em 2026 sejam repetidos os improvisos para definições de candidaturas que aconteceram nas eleições de 2022,  quando o partido chegou nas vésperas da eleição estadual sem uma candidatura consolidada ao governo de Minas ou ao Senado. 

“O PL não vai deixar acontecer o que aconteceu em 2022, quando nós chegamos e tivemos que improvisar uma candidatura a governador, que acabou sendo a do Carlos Viana. Uma candidatura que não representou, não foi nem tirada dentro do grupo, não nasceu com apoio. Filiou na véspera de ser candidato. Não era algo natural”, diz o presidente da legenda em Minas, o deputado federal Domingos Sávio.

Na eleição de 2022, Viana, hoje filiado ao Podemos, só foi oficializado candidato ao governo mineiro três semanas após a convenção do partido, no limite do prazo determinado pela justiça eleitoral. Ele terminou a disputa sem adesão dos eleitores e lideranças vinculadas a Bolsonaro, que terminaram se alinhando ao projeto de reeleição do governador Romeu Zema (Novo). É necessário destacar que, naquela eleição, o próprio Bolsonaro  se filiou tardiamente ao PL, em novembro de 2021, cerca de um ano antes das eleições, o que teria atrasado articulações regionais.

Na avaliação de Domingos Sávio, o que salvou o resultado das eleições majoritárias do PL em Minas foi o “tino político” do próprio Bolsonaro, que teria identificado em Cleitinho um candidato possível de se juntar ao projeto do ex-presidente. “Para o Senado (em 2022) o PL também não tinha preparado ninguém. Acabou que, felizmente, o presidente da República identificou no Cleitinho o nome para aliar. Agora, (em 2026) o PL seguramente estará empenhado em preparar o ambiente para ter candidatura a governador de Minas e ao Senado”, destacou.

Cleitinho, hoje filiado ao partido Republicanos, seria um nome já ventilado e ganhando forças para receber o apoio da legenda do PL na disputa pelo governo de Minas Gerais. No último sábado (19 de outubro), durante evento ao lado de Jair Bolsonaro, em Belo Horizonte, o senador confirmou sua disposição de entrar na corrida para substituir o governador Romeu Zema (Novo), que encerra seu ciclo à frente do Estado em 2026. “Se o povo quiser, também, eu estou à disposição", afirmou Cleitinho. 

A questão, no entanto, não está fechada. Nas contas do PL são seis cargos a serem negociados para composição de alianças: presidente e vice-presidente, governador e vice-governador, além das duas vagas para o Senado. Nessa engrenagem, a prioridade do partido seria angariar apoios para a disputa pela presidência da República, contra o governo do presidente Lula (PT), e não pelo governo mineiro. 

O PL em Minas ainda quer que o nome do vice-presidente na disputa nacional de 2026 seja escolhido entre os mineiros. Por esta lógica, o partido estaria disposto a abrir mão de ocupar uma cabeça de chapa na disputa pelo governo do Estado. “Essa chapa estadual já nascerá amarrada com uma chapa nacional, e de preferência com alguém de Minas nela (na composição nacional)”, destaca Domingos.

Nomes

Entre os nomes colocados na mesa para negociação estão o do próprio presidente da legenda, Domingo Sávio, que já acumula mandatos legislativos e experiência política, e também o do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que por causa da idade mínima ainda não pode ser candidato a presidente, vice-presidente ou senador, mas que mostrou ter capacidade de transferir votos para aliados políticos nas eleições municipais.

As conversas devem se intensificar após o segundo turno das eleições, mas a declaração de apoio do governador Zema à candidatura de Bruno Engler (PL) em Belo Horizonte, contra o prefeito Fuad Noman (PSD), que tem o apoio do senador Rodrigo Pacheco (PSD), atual presidente do Senado e um dos possíveis nomes ao governo de Minas em 2026, já estariam incluídas nas conversas prévias entre as legendas.