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Após saída tumultuada de Brant, PSB de BH tenta se reorganizar 4k527

Presidente municipal do partido, o ex-vice-governador não apresentou sua renúncia ao cargo, nem formalizou sua saída do PSB 3pq31

Por Salma Freua
Atualizado em 08 de janeiro de 2025 | 20:38
 
 
Paulo Brant (MDB) foi vice-governador de Minas Gerais

Ex-vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant iniciou 2024 como pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte pelo PSB e encerrou com uma pré-candidatura ao Congresso Nacional pelo MDB. Nesse período, candidatou-se a vice-prefeito de BH na chapa de Gabriel Azevedo (MDB), que alcançou o quarto lugar nas eleições. As mudanças de trajetória não ocorreram sem atritos com o partido ao qual esteve filiado até o fim do ano ado. 

A coluna Aparte ouviu integrantes dos diretórios municipal e estadual do PSB após a filiação de Brant ao MDB. O anúncio foi feito pelo Instagram, em uma publicação conjunta com o ex-colega de chapa, Gabriel Azevedo. Na postagem, além da mudança de partido, foi anunciada sua pré-candidatura a deputado federal nas eleições de 2026.

A decisão surpreendeu os membros do PSB, pois Brant – que inclusive era presidente municipal da legenda – não comunicou sua saída antes da postagem. O único informado previamente teria sido o presidente estadual do PSB, deputado Noraldino Júnior. “O Brant me avisou, sim. Ele foi para o MDB a convite do Gabriel (Azevedo)”, disse o parlamentar.

Segundo os interlocutores, esse foi apenas o mais recente de uma série de desconfortos com o agora ex-integrante do partido. O ponto de partida teria sido ainda no primeiro semestre, quando Brant informou aos colegas que seria vice de Gabriel, em vez de disputar a prefeitura pelo PSB, mesmo após o empenho do partido em sua pré-campanha. Segundo uma fonte, a postura de Brant enfrentou resistência da direção nacional inicialmente. No dia do anúncio da aliança, Brant disse a O TEMPO que a decisão havia sido articulada em conjunto com Noraldino e teve aval da direção nacional.

Após o primeiro turno das eleições, a atenção se voltou para o apoio do PSB no segundo turno, que ficou definido entre o prefeito Fuad Noman (PSD) e o deputado estadual Bruno Engler (PL). De acordo com interlocutores ouvidos na época, não havia dúvida entre a direção nacional e os membros do PSB em BH de que o apoio seria direcionado a Fuad, em oposição à direita, alinhando-se à posição de centro-esquerda do partido. No entanto, enquanto presidente municipal do PSB, Paulo Brant manteve-se em silêncio. Após dez dias de incertezas, uma reunião foi realizada sem a presença de Brant, e ficou decidido o apoio a Fuad.

Desde o ocorrido, nenhuma reunião foi convocada pelo presidente municipal do partido – nem mesmo para fazer o tradicional balanço de fim de ano, prática comum entre os partidos, especialmente em anos eleitorais. A postagem no dia 12 de dezembro foi a “gota d’água” na relação, que, até a publicação desta coluna, segue sem um desfecho oficial. Brant ainda não apresentou sua renúncia ao cargo de presidente municipal nem formalizou sua saída do PSB.

Ainda assim, o diretório municipal já se movimentou para definir a próxima liderança. Em 18 de dezembro, realizou uma reunião que resultou na indicação dos novos presidente e vice-presidente em Belo Horizonte. Foram escolhidos, respectivamente, César Gordin e Gilson Guimarães. No caso de Belo Horizonte, por ser uma cidade com mais de 200 mil habitantes, as indicações precisam do aval da direção nacional. A expectativa é que os nomes sejam aprovados no início de 2025. 

Procurado pela coluna Paulo Brant não havia retornado o contato até o fechamento desta matéria.