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Deputada do PP acusa ativista de ameaçá-la de agressão em audiência pública da ALMG
Acusada, Maria Tereza dos Santos, conhecida como Dona Tereza, rebate e afirma que Chiara Biondini (PP) teria lhe provocado
A deputada estadual Chiara Biondini (PP) acusa uma ativista da Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade de ameaçá-la de agressão. O episódio ocorreu nessa terça-feira (27 de maio), durante uma audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) cuja pauta era políticas públicas para dignidade menstrual.
Chiara pediu a palavra à presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Ana Paula Siqueira (Rede), para criticar o pedido de vista da deputada Bella Gonçalves (PSOL) à proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Nascituro. De autoria do líder do PL na ALMG, Bruno Engler (PL), a PEC estava na pauta da Comissão de Constituição e Justiça na mesma terça, horas mais cedo.
Ao optar pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher para se manifestar, Chiara justificou que não chegou a tempo na ALMG para se posicionar durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça. “Quero parabenizar o deputado Bruno Engler e, infelizmente, a deputada Bella pediu vista. Mais uma vez comprovou que a esquerda e que o PSOL, enfim, esses partidos (de esquerda), não defendem a vida, não defendem o amor, mas defendem, muitas vezes, a morte”, questionou ela.
Durante a fala, Chiara se irritou com as reações enquanto ainda se posicionava. “Sabia que isso aconteceria olhando para o rosto e escutando todo mundo à minha volta o espanto, a decepção e a frustração, mas eu não me importo. Podem fazer caras e bocas, podem cochichar uma do lado da outra, atrás de mim, mas isso é democracia. Sou deputada e fui eleita”, rebateu uma das vice-líderes do bloco do governo Romeu Zema (Novo).
Logo após Chiara encerrar o discurso, onde ainda citou o Papa Leão XIV para criticar a descriminalização do aborto, a ativista Maria Tereza dos Santos, conhecida como Dona Tereza, pediu à Ana Paula para se posicionar. Entretanto, como a fala era uma prerrogativa exclusiva de deputados naquele momento, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher negou. Dona Tereza então se exaltou e foi em direção à Chiara, com o dedo em riste, para rebatê-la.
A reação de Dona Tereza, que, além de representar a Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade, é assessora parlamentar do vereador de Belo Horizonte Pedro Patrus (PT), levou Ana Paula a suspender a audiência pública por dois minutos. Assim que a transmissão foi retomada, Dona Tereza foi retirada do plenário onde a audiência ocorria e foi levada para a galeria, e Chiara estava deixando o local.
Nesta quarta (28 de maio), durante a reunião em plenário, a deputada afirmou que, quando ou em frente à galeria onde Dona Tereza estava, foi ameaçada de agressão. “Ela disse ‘se você entrar na galeria, eu vou dar na sua cara’”, relatou Chiara. “Depois dessa ameaça, ela ainda teve o direito à fala na comissão. Na minha opinião, foi um vexame da deputada Ana Paula Siqueira”, criticou ela.
Procurada, Dona Tereza nega que tenha ameaçado a deputada. “Essa senhora foi até onde eu estava (após deixar o plenário), entrou e ficou olhando pra mim com cara de deboche, falando ‘está nervosinha, é?’ e então eu disse para o segurança tirar ela de perto de mim, porque ela estava me tirando do sério e eu ia bater nela. Ameaça foi o que ela fez comigo, porque ela me desrespeitou”, relatou a ativista.
Entretanto, ela reconheceu que se exaltou após a fala de Chiara. “Eu fui burra. Eu fui burra de ter respondido ela e caí na pilha. Eu esqueci de contar até dez segundos”, afirmou a ativista, que atribuiu a reação ao que chamou de tentativa da deputada de criminalizar o aborto. “Isso me tirou do prumo, porque sou abolicionista penal. Não acredito em penas restritivas de liberdade”, acrescentou Dona Tereza.
Pedro lamentou o que classificou como “desentendimento”, mas apontou que Chiara teria provocado a assessora com “escárnio”. “Ela se sentiu profundamente ofendida pela fala da deputada, que fugia ao escopo da audiência e desconsiderava a realidade vivida por muitas mulheres negras no Brasil, além de ignorar o debate público atual sobre a saúde reprodutiva das mulheres”, criticou o vereador.
Questionada por Chiara, Ana Paula alegou que todas as providências que lhe cabiam foram tomadas. “A reunião foi suspensa, foi feita a discussão com a deputada e com a Dona Tereza, que trouxe uma contribuição importante para a audiência, e ela foi levada para a galeria. Tenho compromisso, não comecei a ser presidente de comissão agora, seguirei nela e que a Casa tome as providências necessárias”, respondeu a presidente da Comissão de Direitos da Mulher.
O líder do governo Zema, João Magalhães (MDB), pediu ao presidente da ALMG, Tadeu Leite (MDB), o Tadeuzinho, que Dona Tereza seja banida, já que, segundo ele, agressões a parlamentares têm sido corriqueiras. “Eu mesmo já fui agredido com palavras de baixo calão e Vossa Excelência, na época, tomou a decisão de coibir essas pessoas, ou seja, proibir (a presença delas). Deputada, a senhora tem a nossa solidariedade e se comportou como uma parlamentar”, defendeu Magalhães.
Tadeuzinho afirmou que, desde essa terça, a ALMG está levantando informações e tomará as providências necessárias. “É preciso deixar claro que, como sempre aconteceu em nossa gestão, todas as deputadas e todos os deputados devem ter pleno direito à informação e à livre expressão. Não aceitamos que ninguém, independente da linha ideológica, tente oprimir parlamentares dentro dessa Casa no dia a dia do seu trabalho em defesa do povo mineiro”, pontuou, no X.