O União Brasil decidiu cancelar a convenção marcada para esta quinta-feira (29) que decidiria a nova diretoria nacional do partido. A decisão aconteceu após articulação do atual presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), que deve perder o cargo por votos esmagadores para o vice-presidente da legenda, Antônio Rueda, que reúne apoio de nomes de peso da legenda.
Na quarta-feira (28), Bivar convocou uma coletiva de imprensa na sede do União Brasil, em Brasília (DF), e apareceu com uma pasta com a inscrição "denúncias". Ele não revelou o conteúdo do envelope, mas a sinalização é de que são acusações a Rueda, a quem Bivar acusa de usar o partido para "fazer negócios".
Os dois chegaram a ter brigas sérias e Bivar teria ameaçado familiares de Rueda de morte, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. O relato teria sido feito pelo líder do União Brasil na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA). Com a repercussão, Bivar disse ser "um cara pacífico".
Ainda na quarta-feira, Bivar sinalizou que ia o adiamento da convenção. “As chapas [para a convenção] ainda não foram examinadas em suas minúcias. Então, a gente não pode dizer ainda sobre um posicionamento do partido com relação à legalidade das chapas”, afirmou, indicando que três chapas foram inscritas.
Esta seria a primeira convenção nacional do partido, criado em outubro de 2021 após fusão do PSL e do DEM. O aviso de cancelamento foi assinado por Bivar. Oficialmente, a decisão teve amparo na aprovação de uma mudança no estatuto do partido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira (27).
Dessa forma, a convocação da convenção ainda não tinha amparo no novo estatuto, "o que colocaria em risco a legalidade, validade e eficácia das deliberações", segundo Bivar, que tem mandato na chefia do partido até 31 de maio. A nova data da convenção deve ser discutida em reunião da Comissão Executiva Nacional do União Brasil em 27 de março.