A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (15), mandados de busca e apreensão no gabinete e no imóvel funcional, em Brasília (DF), do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Natural de Vitória, capital capixaba, o parlamentar tem 52 anos feitos nesta quinta, dia da operação. O mandato de senador, que cumpre desde 2019, marcou sua entrada na política.
Apesar do pouco tempo dentro da política, do Val já protagonizou episódios polêmicos. Em fevereiro deste ano, afirmou ter sido coagido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a participar de um plano de golpe. Depois, recuou da declaração e destacou que o ex-mandatário apenas ouviu a proposta de um mentor, que teria sido o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). O plano envolvia grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com a repercussão do caso, o senador confessou ter agido para manipular o notíciário e que a ação fez parte de um "plano estratégico". "Tudo é estratégico. O resultado está sendo positivo. [...] Com o tempo vocês vão saber qual é [o objetivo]. O objetivo foi atingido e eu fiz essa manipulação de notícias desencontradas. Mas aí um dia vocês podem entender isso daí.
Do Val também tem insistido no argumento de que integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi cúmplice e concordou com os atos criminosos de 8 de janeiro, que terminaram na depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) por bolsonaristas radicais.
Por meio de publicações em redes sociais, o parlamentar tenta criminalizar especialmente o ministro da Justiça, Flávio Dino. Do Val afirma ter provas da participação de governistas nos atos criminosos e que vai apresentar o material, colhido por meio de sua investigação paralela, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) que investiga os responsáveis pelos ataques.
Estreante na política, do Val construiu sua imagem ao contar ter sido instrutor nas unidades da SWAT (Special Weapons And Tactics), o grupo de elite da polícia dos Estados Unidos, em Dallas, no Texas. Depois, nas unidades de polícia de outras cidades americanas como Beaumont e Rowlett.
O senador conta ter ministrado um curso que desenvolveu relacionado ao Swat, inclusive, para agentes do FBI (Federal Bureau of Investigation), unidade de polícia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos que atua em investigações e em casos que exigem trabalho de inteligência.
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