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Delegado Anderson Gustavo Torres, novo ministro da Justiça, é próximo à PF
Novo integrante do governo Bolsonaro foi chefe de gabinete do ex-deputado Fernando Francischini e tem boa relação com a bancada da bala

Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para comandar o Ministério da Justiça no lugar de André Mendonça, o delegado federal Anderson Gustavo Torres tem bom trânsito na chamada bancada da bala.
Torres foi por anos chefe de gabinete do ex-deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), um dos primeiros parlamentares no Congresso a abraçar, em 2018, a campanha de Bolsonaro ao Planalto.
O novo ministro mantém boa relação com a direção da Polícia Federal, hoje chefiada pelo delegado federal Rolando Souza. Torres, no entanto, avalia fazer alterações, mas buscará o aval de Bolsonaro.
Ao aceitar o convite, o delegado da PF deixa a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, do governo de Ibaneis Rocha (MDB). Torres estava à frente da secretaria desde o início de 2019.
Seu nome havia sido especulado em 2020 para a Esplanada, quando o Planalto chegou a cogitar a recriação do Ministério da Segurança Pública.
Antes ainda, durante a transição de governo, havia sido mencionado para a Polícia Federal. Mas o ex-juiz Sergio Moro estabeleceu entre as condições de sua transferência para Brasília autonomia para escolher o diretor-geral da polícia –o delegado Maurício Valeixo foi o escolhido por Moro.
Na sua trajetória como policial, Torres atuou em ações voltadas ao combate às organizações criminosas e à repressão ao tráfico internacional de drogas.
No Congresso, assessorou Francischini em comissões como a de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e de Fiscalização Financeira e Controle, além de Is. Nelas, se aproximou de congressistas da chamada bancada da bala, um dos grupos de sustentação do governo Bolsonaro no Legislativo.
Criou laços de amizade também com o ministro Jorge Oliveira, do TCU (Tribunal de Contas da União), que por anos foi um dos principais auxiliares de Bolsonaro na Câmara e na Presidência.
No ano ado, em meio às manifestações de bolsonaristas que pediam o fechamento do STF e do Congresso, o novo ministro da Justiça foi acusado por adversários do governo federal de não adotar, no comando da Segurança Pública do DF, medidas mais rigorosas contra os apoiadores do presidente.
O governo local agiu contra os manifestantes, que montaram acampamentos no centro de Brasília, após Ibaneis ser cobrado por ministros do STF. O governador chegou a fechar a Esplanada.
Em junho, Torres recebeu na secretaria uma inesperada visita de Bolsonaro –o encontro não estava previsto na agenda do Planalto– numa clara demonstração de prestígio que desfrutava.
Torres será o terceiro ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Entra no lugar de André Mendonça, que retorna à Advocacia-Geral da União).
Mendonça deixa a pasta acusado pela oposição de aparelhar a PF. A pedido dele, a polícia instaurou inquéritos para apurar a suspeita de crimes contra a honra de Bolsonaro após declarações de adversários políticos, entre eles o ex-ministro e ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT).
No ano ado, houve outra mudança, considerada uma das baixas mais importantes da istração Bolsonaro. Mendonça assumiu o lugar do ex-juiz Sergio Moro.
Moro deixou o governo acusando Bolsonaro de tentar interferir na PF para proteger familiares e aliados.
A suspeita de interferência na corporação levou o titular do Planalto a ser investigado em inquérito no STF, sob a relatoria de Alexandre de Moraes.