BRASÍLIA - O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República ativou o “Plano Escudo” após as explosões da noite desta quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Os artefatos explodiram em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e no estacionamento do anexo IV da Câmara dos Deputados e resultaram em um óbito.
O Plano Escudo prevê o reforço de agentes de seguranças em torno do Palácio do Planalto, em todos os níveis, inclusive com militares das Forças Armadas, sem que o presidente da República tenha de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Entre os itens previstos no protocolo, estão o acionamento imediato das forças, que podem formar linhas de contenção em conjunto com a Polícia Militar. O tamanho do efetivo pode variar conforme o risco proporcionado pela situação.
Pelo menos duas fortes explosões foram registradas na noite desta quarta-feira (13) nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF). Até a publicação dessa reportagem, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal confirmaram um óbito na praça dos Três Poderes, onde estão localizados o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
A Esplanada dos Ministérios foi parcialmente fechada, e forças de segurança isolaram o local devido à suspeita de presença de outros explosivos na área. A Polícia Federal (PF) já investiga o caso.
As explosões, que ocorreram com pouco mais de um minuto de intervalo, envolveram um carro no anexo IV da Câmara dos Deputados e outra bomba lançada na praça em frente ao STF. Esta última foi a que resultou em uma morte.
No momento das explosões, os ministros do STF foram retirados em segurança do prédio, que foi evacuado. “Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança".
"Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF”, informou a assessoria de imprensa da Corte.
O Palácio do Planalto, sede do governo federal, reforçou a segurança após as explosões - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não estava no local no momento. Após cerca de uma hora dos estrondos, a sessão da Câmara dos Deputados foi interrompida. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu manter a sessão na noite de quarta.
Os deputados Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Chico Alencar (Psol-RJ) solicitaram a suspensão da sessão a Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que substitui Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara. Inicialmente, Sóstenes negou o pedido e afirmou que aguardaria uma posição da Polícia Legislativa e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para avaliar se havia motivo para suspender a sessão.
A prestadora de serviços do Tribunal de Contas da União (TCU), Layana Costa, disse ter visto o momento das explosões. O homem que carregava as bombas ou pelas pessoas que aguardavam ônibus em uma parada em frente ao palácio do STF. Ele chegou à praça dos Três Poderes e arremessou a primeira bomba na Estátua da Justiça; a segunda explodiu com ele.
"Ele simplesmente ou, deu um 'ha', não prestei atenção. Ele andou mais ou menos uns 30 ou 40 segundos, e a gente ouviu o primeiro barulho. A gente virou, e simplesmente eles [seguranças] vieram. Ele jogou na estátua, estava em pé, e na segunda bomba ele caiu. Foi ele que explodiu", disse.