BRASÍLIA - Em um evento em Farroupilha, no Rio Grande do Sul, o ex-presidente Jair Bolsonaro comentou o recente ataque a Donald Trump, candidato à Presidência dos Estados Unidos, e fez insinuações em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Eu poderia ter permanecido fora do Brasil. Tinha propostas para trabalhar nos EUA. Três meses depois, voltei para cá, e deixo claro, já que vocês estão acompanhando o que aconteceu naquela tentativa de assassinato de Donald Trump. Quando eu retornei ao Brasil, a presidência tinha direito a dois carros blindados, e Lula pessoalmente me retirou esses dois carros. Eu tenho direito a oito funcionários; os quatro que trabalhavam na minha segurança, por medidas cautelares, também foram retirados. Até mesmo meu filho, o 02, teve seu porte de arma negado pela Polícia Federal. Eles querem facilitar. Não querem mais me prender. Querem que eu seja executado", afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente Bolsonaro se referiu ao fato de não ter ado a faixa presidencial para Lula e de ter viajado para os Estados Unidos dois dias antes do término de seu mandato, onde permaneceu por três meses.
Em sua fala, o ex-presidente voltou a se queixar de que o governo Lula não lhe forneceu carros blindados para sua locomoção quanto retornou ao Brasil. No entanto, conforme a legislação vigente, não há previsão legal para tal medida.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom), em resposta a O TEMPO Brasília, declarou que "as regras para ex-presidentes são as previstas na legislação (Lei nº 7.474/1986) e são as mesmas para todos os ex-presidentes: nenhum deles tem veículo blindado à disposição".
Sobre a reclamação de Bolsonaro em relação aos profissionais de segurança, a Secom afirmou que "sobre as medidas cautelares, cabe resposta do Poder Judiciário" e acrescentou: "O ex-presidente Jair Bolsonaro tem o direito de indicar qualquer pessoa para sua segurança, conforme previsto na lei. O ex-presidente Jair Bolsonaro não tem nenhum direito extra além daqueles previstos na legislação".
Os seguranças mencionados por Bolsonaro — Sérgio Cordeiro, Max Guilherme, Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti — estão sendo investigados pelo STF, assim como o ex-presidente. Essas investigações tratam de alegações de fraude em cartões de vacinação, o caso das joias sauditas e desdobramentos do ato de 8 de janeiro.
Nesta quinta-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro se encontrou com o prefeito de Farroupilha, Fabiano Feltrin, e com o vice-prefeito do município, Jonas Tomazini. Além disso, Bolsonaro participou de reuniões com seus correligionários.
O atentado contra Trump
Donald Trump sofreu um tiro de raspão na orelha durante o ataque. Um espectador morreu e duas pessoas ficaram gravemente feridas. O atirador, identificado como Thomas Matthew Crooks, um jovem de 20 anos que usava roupa militar no momento do ataque, foi morto no local. Crooks era eleitor do Partido Republicano e natural da Pensilvânia. As motivações por trás do ataque ainda são desconhecidas.
Após o atentado, vários políticos dos Estados Unidos expressaram solidariedade a Trump e condenaram o ataque, incluindo o atual presidente Joe Biden, que decidiu não disputar a presidência novamente após pressão de integrantes do Partido Democrata e eleitores. Kamala Harris, a vice-presidente dos EUA, agora se destaca como a principal rival de Trump nas próximas eleições.