BRASÍLIA — Declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jair Bolsonaro (PL) não pode concorrer à eleição para a presidência da República em 2026.
Rejeitando a condenação e podendo recorrer à Corte e ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele afirmou que tentará concorrer até "os 48 minutos do segundo tempo", mas analisou alguns dos nomes que têm aparecido no cenário da direita no Brasil.
À primeira vista, ele ite três opções: o dos filhos Flávio Bolsonaro (PL-RJ), hoje senador, e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal, e o da mulher Michelle Bolsonaro. A candidatura da ex-primeira-dama, entretanto, é condicionada a uma nomeação à Casa Civil.
"Seria um bom nome com chance de chegar. Óbvio, ela me colocando como ministro da Casa Civil", disse à CNN Brasil. "[O Flávio] nasceu em 1981, tem 44 anos, se não me engano. É um excelente nome, está preparado, tem experiência e é um bom articulador, um baita nome. Assim como o Eduardo, que é uma pessoa madura e pode ser uma opção", acrescentou.
Bolsonaro também abriu brechas para uma eventual candidatura de Ratinho Jr. (PSD), hoje governador do Paraná. "Me dou muto bem com ele. Pode ser um bom nome para a direita. Mas, repito, não trato desse assunto com ninguém", acrescentou.
Outros nomes ventilados, entretanto, não contam com tanta simpatia do ex-presidente. Bolsonaro avaliou bem as trajetórias políticas de seu aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é governador de São Paulo, e de Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, mas questionou a experiência e a popularidade dessas figuras.
Ronaldo Caiado (União Brasil), que é governador de Goiás, e Pablo Marçal (PRTB), não receberam comentários tão elogiosos. Sobre o cantor sertanejo Gusttavo Lima, Bolsonaro se restringiu a dizer que é um 'excelente nome para o Senado' e analisou que talvez ele não seja maduro o suficiente para encarar a presidência da República.
As declarações foram feitas durante entrevista à CNN Brasil nesta quinta-feira (23).
Tarcísio de Freitas: "Excelente gestor, ninguém nega isso aí. Tem que conversar com o povo [para saber] o que acha dele, se ele está maduro para representar a direita ou não".
Ronaldo Caiado: "É um Estado com pequena densidade eleitoral. Ele é muito bem avaliado lá, mas não sai de lá, qualquer saída fora dele não tem aceitação. Não tem nome".
Romeu Zema: "Bom também. Mas, no meu entender conhecido mais em Minas Gerais ainda".
Pablo Marçal: "Evito conversar sobre esse cara aí. Carta fora do baralho, não converso sobre esse cara, não, não, não... As medidas dele de... Eu não gosto do Boulos, mas aquele negócio do atestado falso, essa fake dele agora de conversar com o Trump e tinha sido há um tempo atrás... Tem que ter autenticidade, transmitir realmente confiança à população, então ñão vou discutir o Pablo Marçal, deixa ele para lá. Eu acolhi há um tempo atrás, conversei com ele, aqui, chegou na Câmara mostrando a medalha que eu tinha dado para ele como se eu estivesse apoiando ele para a Prefeitura de São Paulo. Não dá para conversar com uma pessoa que conversa contigo aqui e lá fora fala outra coisa completamente diferente. Tem um baita potencial, mas tem que se controlar".
Gusttavo Lima: "Conversei com ele um tempo atrás, ele queria o Senado, no dia seguinte apareceu a candidatura dele para presidência. Eu tirei o pé. Ele tem idade e tem popularidade. Do resto a gente não conhece, eu não conheço o resto dele. É um nome, no meu entender, um excelente nome para o Senado, mas para a presidência não sei se está maduro para isso ainda".
Ratinho Jr.: "Me dou muito bem com ele. Pode ser um nome, pode ser um nome para a direita, pode ser. Bom gestor também, mas, digo, não trato desse assunto com ninguém. Até falei demais aqui".
Flávio Bolsonaro: "Olha, nasceu em 1981, está com 44 anos se não me engano. Excelente nome, preparado, tem experiência, um bom articulador, é baita de um nome, não é porque é meu filho. Assim como Eduardo também é uma pessoa madura, tem um vasto conhecimento, de mundo, inclusive. Podem ser opções: o Flávio e o Eduardo".
Michelle Bolsonaro: "Olha, eu converso com ela quando ela voltar. Estou cheio de saudades. Está voltando dos Estados Unidos. Sei que, vi no Paraná Pesquisas, ela está quase na margem de erro com Lula. Esse evento lá fora vai dar uma popularidade enorme para ela. Tenho que conversar com ela. Somos casados, né, você casou tem que dividir tudo, o mingau ou a falta de alguma coisa. Não tenho problema, estou há 17 anos casado com ela, seria também um bom nome com chance de chegar. Obviamente, ela me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser".