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Lula avalia ceder ministério da articulação para o Centrão
Presidente tem sido pressionado a dar mais espaço para partidos do Centrão, mas resiste a entregar pasta que é do PT
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem o desafio de dar mais espaço ao Centrão na reforma ministerial, e alternativa mais estudada no momento é entregar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), responsável pela articulação com o Congresso. O chamado Centrão reúne os partidos que costumam apoiar governos em troca de cargos e o a verbas públicas, independente do espectro ideológico.
Atualmente, a Secretaria de Relações Institucionais é comandada pelo petista Alexandre Padilha e ainda tem como atribuição a liberação de emendas parlamentares. Por isso, Lula resiste a abrir mão do ministério sob o comando do PT. A ideia do presidente é concluir a reforma ministerial ainda em fevereiro.
Na Esplanada dos Ministérios, a saída de Padilha é dada como certa. Ele enfrentou dificuldades na tentativa de se firmar como o articulador do Palácio do Planalto no Congresso Nacional e perdeu protagonismo para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que negociou a pauta econômica do governo diretamente com o Legislativo.
Padilha, por sua vez, nos últimos dias, fez questão de mostrar que está mais alinhado com a nova gestão no Congresso, especialmente na Câmara. O ministro era desafeto do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Mas uma possibilidade estudada pelo presidente Lula é que o petista assuma o Ministério da Saúde, em substituição a Nísia Trindade. Apesar de não estar satisfeito com a condução da pasta, Lula resiste a perder uma mulher na sua equipe ministerial. Para compensar, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), deve assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República.
Nas conversas de bastidores, dois nomes despontam como possíveis candidatos para representarem o Centrão na Secretaria de Relações Institucionais. O primeiro é o do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL). O segundo cotado é o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), parlamentar que integra a mesma legenda de Arthur Lira.
Foi aventada ainda a possibilidade de o atual ministro de Porto e Aeroportos, Silvio Costa, ser levado para o Planalto. Ele é filiado ao Republicanos, mesmo partido do atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O próprio Lira é cogitado como ministro. Segundo Motta, do ponto de vista político, o ex-presidente da Câmara “poderia ajudar na articulação, porque conhece a Câmara dos Deputados, tem um grande relacionamento na Casa como ninguém".
Outro assunto ainda pendente na reforma ministerial é alocar o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Lula já afirmou que quer o senador como governador de Minas Gerais. Mas até as eleições, em 2026, a ideia era ter Pacheco como ministro. O mineiro, no entanto, já teria sinalizado que não tem interesse na Secretaria de Relações Institucionais.