BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (18) que espera que o debate no Congresso sobre o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil não envolva “histeria” e “discórdia”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o texto nesta terça-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto.
“Fazemos questão que essa discussão seja extensa, esse é o começo de um debate com o Congresso Nacional. Todas as sugestões serão bem-vindas. O que não queremos é transformar esse debate num debate que envolva histeria, discórdia. Todos aqueles que querem um Brasil melhor devem abraçar esse projeto”, disse.
Em seu discurso, durante a cerimônia de do projeto de lei, o chefe da Fazenda já se adiantou para possíveis notícias falsas sobre a medida, que deve começar a valer em 2026. “Nós tomamos vários cuidados para discriminar na lei o que deve continuar isento, para evitar que haja má interpretação”, destacou.
Segundo Haddad, o objetivo da medida é buscar a justiça social, para equilibrar as cobranças. Ele lembrou ainda que a proposta é uma promessa de campanha de Lula. A promessa de ampliar a faixa de isenção no Imposto de Renda também foi feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018 e em 2022.
"Sabemos que o Brasil cobra na fonte o Imposto de Renda do trabalho, e não cobra o Imposto de Renda sobre capital. O que estamos propondo aqui depois de meses de estudo, inclusive com especialistas que nos assessoraram, honra a palavra empenhada pelo senhor nas eleições, medida que já foi proposta por outros políticos, mas cumprida pelo senhor", afirmou o ministro da Fazenda.
Haddad afirmou que a cobrança no capital vai afetar 0,2% da população brasileira. São pessoas com rendas mais altas, que arão a pagar mais impostos.
Ele fez questão de ressaltar que a medida não afeta as contas públicas, já que a compensação para o benefício para os mais pobres virá totalmente na cobrança dos mais ricos. "Queremos estar entre as nações mais justas, e esse projeto visa melhorar nossa justiça social", disse.
A perda de arrecadação com a ampliação da faixa de isenção foi estimada pelo Ministério da Fazenda em R$ 27 bilhões em 2026. Para compensar, a proposta prevê taxar quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, o equivalente a R$ 600 mil por ano. A alíquota será gradual até 10% para quem ganha R$ 1,2 milhão ou mais por ano.
O valor inclui:
O projeto exclui do cálculo:
A Fazenda explicou que a tributação será em "escadinha":