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Fraudes no INSS desgastam Carlos Lupi, mas relação de longa data com Lula pesa a favor
Ministro da Previdência ainda não entregou os resultados prometidos e deixou Lula descontente ao não demitir presidente do INSS
BRASÍLIA - O escândalo das fraudes no INSS, reveladas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), representou o maior desgaste do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, desde que assumiu a pasta, em janeiro de 2023.
A investigação aponta que, entre 2019 e 2024, cerca de R$ 6,3 bilhões foram cobrados de forma indevida nas mensalidades de aposentados e pensionistas.
Logo após a divulgação do escândalo, na quarta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que Lupi demitisse o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, indicado pelo ministro. A ordem foi descumprida por ele que, em coletiva de imprensa, defendeu Stefanutto e o classificou como um “servidor exemplar”.
Segundo o ministro, ainda era cedo para falar em demissão de seu subordinado. A postura irritou Lula, que decidiu por exonerar Alessandro Stefanutto mesmo à revelia de Carlos Lupi, que não voltou a comentar o assunto.
O ministro já teve outros embates dentro do governo. Em janeiro de 2023, negou a existência do déficit na Previdência e indicou discutir a revisão de pontos da reforma aprovada em 2019, no governo Jair Bolsonaro, mas foi desautorizado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Já em novembro de 2024, ameaçou deixar o governo caso o pacote de cortes de gastos do Ministério da Fazenda atingisse sua pasta.
Além disso, Lupi ainda não cumpriu com sua principal promessa, a de reduzir a fila de espera do INSS. No fim de 2024, mais de 2 milhões de requerimentos aguardavam a avaliação do órgão, o maior número desde o início do governo. O tempo médio de espera é de 46 dias, bem acima da meta traçada pelo ministro, de 30 dias.
No entanto, apesar dos desgastes e de resultados aquém do planejado, uma possível demissão de Carlos Lupi é tida como pouco provável. O ministro tem uma relação de longa data com Lula, de quem foi ministro do Trabalho de 2007 a 2010 - em 2011, na gestão de Dilma Rousseff, deixou o cargo após suspeitas de subornos cobrados por um de seus assessores a ONGs.
Outro fator que pesa para Lula é o fato de Lupi ser um representante do PDT (partido que preside desde 2004) no governo. Tirar o ministro significaria comprar briga com um partido fiel no Congresso, no momento em que o presidente ainda tenta montar o quebra-cabeça da Esplanada e atender a partidos bem maiores, como o PSD.