O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse nesta quarta-feira (6) que ocorreram "avanços importantes nas negociações entre o Mercosul e a União Europeia". A fala ocorreu durante reunião do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, que ocorre no Museu do Amanhã, na região central do Rio de Janeiro.

"Destaco os compromissos de ambos os lados em prol de um entendimento equilibrado no futuro próximo e a partir das bases sólidas que construímos nos últimos meses de engajamento intenso", declarou. 

Ele defendeu o acordo entre os blocos ressaltando a densidade do comércio intrabloco, enfatizando que, embora demonstre avanços na integração, também representa um desafio para negociações externas.

"Na União Europeia, cerca de 60% do comércio é intrabloco, no Acordo Estados Unidos-México-Canadá (antigo NAFTA), é quase 50%, na Associação de Nações do Sudeste Asiático, 25%. No Mercosul, é de apenas 10%. O comércio intrabloco tem crescido, mas precisamos mudar esse quadro".

Negociado entre os dois blocos desde 2001, o acordo está em fase de conclusão, mas segue travado por resistência dos sul-americanos à possibilidade de os europeus imporem sanções a produtos agrícolas provenientes de áreas desmatadas. 

No último domingo, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reclamou do desinteresse de países da União Europeia em fechar um acordo de parceria com sul-americanos que compõem o bloco do Mercosul. Entre eles, a França, governada por Emmanuel Macron. 

“Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados, nós somos independentes, nós queremos ser tratados apenas com o respeito”, disse Lula à época. 

Entre os representantes brasileiros que estão na agenda do Mercosul além de Alckmin, estão o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira; a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não poderia comparecer 14 minutos antes do início da chegada das autoridades no evento.

(*) Enviada Especial ao Rio de Janeiro