BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra uma investigação contra o blogueiro Allan dos Santos por disseminação de notícias falsas. O parecer foi enviado à Corte na quarta-feira (17) e está relacionado à jornalista Juliana Dal Piva, autora do livro "O Negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro".

Dal Piva entrou com uma representação contra Allan no Supremo, onde o acusa de publicar mensagens manipuladas nas redes sociais. No conteúdo das publicações, a jornalista apareceria “confessando” um plano de prisão do ex-presidente arquitetado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Ela pede uma apuração sobre os autores dos textos forjados e publicados pelo blogueiro.

De acordo com a defesa da jornalista, a partir das publicações de Allan dos Santos, ela ou a sofrer ataques de outras pessoas nas redes sociais. “Tal acontecimento acabou por consolidar o esforço do representado no sentido de criar uma campanha difamatória de grandes proporções contra a jornalista na qual se engajaram nomes conhecidos da extrema direita", relataram os advogados.

Milícias digitais

Relator da representação, o ministro Alexandre de Moraes encaminhou à PGR o pedido da jornalista para saber que medidas o Ministério Público Federal indica que sejam tomadas para o caso. O magistrado está à frente das investigações sobre a disseminação de notícias falsas com ataques às instituições brasileiras, além da suposta tentativa de golpe de Estado no país.

Procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco defendeu que seja investigada "se há uma atuação coordenada com o fim de, deliberadamente, difundir informações falsas com o intuito de interferir" no curso de diligências em trâmite no Supremo.

Ele defendeu ainda que sejam bloqueados dois perfis ligados a ele indicados no pedido de Dal Piva, caso existam ordens vigentes de restrição a contas de Allan nas redes sociais, 

O blogueiro está foragido da Justiça brasileira desde outubro de 2021 após decisão de Moraes que determinou sua prisão preventiva no âmbito do inquérito das fake news. Ele também foi condenado em 2022 a um ano e sete meses de detenção por calúnia. 

Recentemente Allan voltou a atuar no X, antigo Twitter, depois que o dono da plataforma Elon Musk ou a criticar as decisões de Alexandre de Moraes. Ele ainda chegou a fazer uma live assistida simultaneamente por cerca de 10 mil de pessoas na conta oficial do canal Terça Livre.