BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou, nesta quinta-feira (22),  a apreensão do celular do ex-chefe do órgão de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo Tagliaferro. A ordem foi dada após oitiva dele na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, também nesta quinta.  


Tagliaferro está no centro da polêmica sobre o vazamento de mensagens trocadas entre assessores de Moraes e ex-auxiliares do TSE. Reportagem do jornal Folha de São Paulo revelou que o ministro do Supremo ordenou de forma não oficial a produção de relatórios pelo TSE e os documentos foram usados pelo próprio Moraes para embasar decisões contra bolsonaristas no inquérito das fake news. 


Na quarta-feira (21), de acordo com informação obtida por O TEMPO Brasília, foi aberto o inquérito e o embasamento foi feito tendo como referência notícias da imprensa de que houve vazamento pela Polícia Civil e pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que é investigada pelo STF, tendo por finalidade distorcer informações para obstruir a Justiça.


Uma das primeiras determinações foi a intimação do ex-chefe do órgão de combate à desinformação do TSE Eduardo Tagliaferro pela Polícia Federal para prestar depoimento sobre o vazamento de mensagens de seu celular.

Entenda o que motivou a ordem de Moraes

Em sua decisão para apreensão do celular de Tagliaferro, o ministro do STF argumentou que o ex-assessor não quis entregar o aparelho de forma espontânea: 

"Nesse cenário, considerada a possibilidade de utilização do aparelho
celular para a prática de conduta delituosa, bem como a recusa do
investigado em fornecê-lo voluntariamente à autoridade policial, tenho
por atendidos os pressupostos necessários ao afastamento da garantia
constitucional da inviolabilidade em relação à busca pessoal,
encontrando-se justificada a ação invasiva na procura de outras provas
das condutas ora postas sob suspeita", detalha Moraes. 

O ministro ressaltou ainda a necessidade de "adoção de diligências investigativas complementares":

"Essenciais para a verificação da a autoria do vazamento
das informações e quanto à extensão das condutas apuradas, conforme
ressaltado pela Procuradoria-Geral da República.
Neste caso, a negativa do investigado em entregar o aparelho de
forma voluntária é um relevante fator a autorizar a medida de busca
pleiteada, uma vez que os dados contidos no referido aparelho são de
interesse público e interessam à presente investigação", explicou.